Metro de Lisboa diz que “não há nenhuma derrapagem” nas obras de expansão
De acordo com o Orçamento do Estado para 2020, as obras de expansão do Metropolitano de Lisboa vão arrancar no segundo semestre de 2020, quando no OE2019 se apontava para o primeiro semestre deste ano.
O presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa afirmou nesta sexta-feira que “não há nenhuma derrapagem” no prazo das obras de expansão desta infra-estrutura, prevendo que as duas novas estações Estrela e Santos abram ao público em 2024.
“Lançámos o concurso da expansão em Janeiro deste ano [...] estamos convictos que no primeiro semestre de 2020 vamos proceder à sua adjudicação, portanto a partir daí as coisas correrão conforme previsto, que é iniciarmos as obras no ano que vem [2020], acabarmos as obras em 2023 e abrirmos as novas estações em 2024”, disse o administrador do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos.
No âmbito da cerimónia de lançamento do postal comemorativo dos 60 anos da abertura ao público do Metropolitano de Lisboa, que se iniciou em 29 de Dezembro de 1959, Vítor Domingues dos Santos referiu que o processo das obras de expansão “está um bocadinho atrasado, porque os concursos públicos têm a sua morosidade natural”, mas mantém-se a estimativa de começar as obras em 2020.
“Não há nenhuma derrapagem, o que há é a evolução normal dos concursos de obras públicas”, assegurou o presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, apontando que a abertura ao público das novas estações Estrela e Santos se concretize em 2024.
De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), as obras de expansão do Metropolitano de Lisboa, orçadas num total de 210 milhões de euros, vão arrancar no segundo semestre de 2020, quando inicialmente estavam previstas para o primeiro semestre deste ano, segundo o OE2019.
As obras de expansão prevêem a criação de “um anel envolvente da zona central da cidade (linha Verde), com a abertura de duas novas estações: Estrela e Santos”.
O objectivo é ligar o Rato ao Cais do Sodré, obtendo-se assim uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais - linha Amarela de Odivelas a Telheiras, linha Azul (Reboleira - Santa Apolónia) e linha Vermelha (S. Sebastião - Aeroporto).
“Em princípio em 2024, conseguimos, quase de certeza, dar aos lisboetas mais dois quilómetros de rede, mais uma linha circular, mais duas estações e um serviço com muito mais capacidade de resposta à procura que hoje estamos a ter”, perspectivou o administrador do Metropolitano de Lisboa.
Presente no lançamento do inteiro postal comemorativo, o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, defendeu que “o mais importante do que haver atraso ou não haver atraso é que a obra possa terminar nos prazos que estavam previstos”, manifestando-se optimista relativamente ao cumprimento do prazo de execução.
“Como em qual processo desta dimensão, com códigos de contratos públicos, é evidente que há um conjunto de passos que a lei nos obriga, portanto não podemos ultrapassar”, argumentou.
Questionado sobre a contestação de utentes à criação da linha circular, o governante repostou que o momento da decisão já passou, considerando que é preciso, “sobretudo os autarcas e todos aqueles que participaram nesta decisão, que tenham a capacidade de demonstrar às populações que esta decisão é a melhor para o conjunto”.
“O grande objectivo, neste momento, é rapidamente avançar com a expansão”, reforçou Eduardo Pinheiro, acrescentando que “a expansão não pode parar aqui” e os próximos projectos devem reflectir a posição dos autarcas.
Além da expansão, o Metropolitano de Lisboa tem em curso o projecto da modernização que “é o salto qualitativo do Metropolitano”, para alterar sinalização que tem 40 anos para uma nova sinalização, que permita “crescer mais e melhorar o serviço público de transporte”, revelou o administrador da empresa, destacando ainda o concurso para comprar 14 novas carruagens e remodelar parte das existentes.
“Entre a expansão e as carruagens, estamos a falar de mais de 300 milhões de euros”, informou o secretário de Estado da Mobilidade.
Olhando de forma “ambiciosa” para o futuro, o governante lembrou o “aumento inequívoco e muito considerável” da procura no Metropolitano de Lisboa, nomeadamente a partir do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART).