Depois dos 50 anos, a perda sustentada de peso pode diminuir o risco de cancro da mama
As mulheres com a perda de peso mais sustentada, nove quilogramas, tiveram um risco 26% menor em comparação com as mulheres cujo peso permaneceu estável.
Perder peso pode reduzir o risco de cancro da mama nas mulheres com mais de 50 anos, avança um novo estudo, publicado no Journal of the National Cancer Institute, de Oxford. A equipa de investigadores, liderada por Lauren Teras, epidemiologista da American Cancer Society, reviu dados de mais de 180 mil mulheres e confirmou que quanto mais peso uma mulher perde, menor o risco de ter cancro da mama.
“Sabemos, há algum tempo, que o excesso de peso corporal aumenta o risco de cancro da mama”, afirma Lauren Teras. “Neste estudo, descobrimos que perder peso e mantê-lo está associado a um menor risco de cancro da mama em mulheres com 50 ou mais anos, que não estão em terapia de substituição hormonal. Isso é particularmente importante para mulheres com excesso de peso ou obesidade”, acrescenta à Reuters.
As mulheres com a perda de peso mais sustentada, de nove quilogramas, tiveram um risco 26% menor em comparação com as mulheres cujo peso permaneceu estável. Aquelas com perda de peso sustentada de dois a cinco quilos tiveram uma redução do risco de 13%. E aquelas que perderam de cinco a nove quilos tiveram uma redução de 16%. Mesmo entre as mulheres que perderam nove quilos ou mais e recuperaram parte desse peso também se verificou um risco menor de cancro da mama, em comparação com aquelas cujo peso permaneceu estável.
Os dados para este estudo são do Pooling Project of Prospective Studies of Diet and Cancer, um consórcio internacional que tem informações sobre dez coortes de mulheres, e foi desenvolvido para analisar o impacto da dieta no risco de ter cancro. Os investigadores analisaram os dados de 180.885 mulheres. A perda de peso foi registada após os primeiros 5,2 anos do estudo. Depois, 4,6 anos mais tarde foi feito novo registo do peso. As mulheres foram seguidas, em média, durante 8,3 anos para verificar se contraíram cancro da mama.
Lauren Teras espera que esta observação, de uma associação entre perda de peso e um risco reduzido de ter cancro da mama, “seja motivadora para dois terços das mulheres com sobrepeso ou obesidade” nos EUA.
Embora exista esta relação, tal não prova que seja uma questão de causa e efeito, salvaguarda Stephanie Bernik, chefe de cirurgia de mama no Mount Sinai West, em Nova Iorque. “As pessoas que perdem peso geralmente fazem outras coisas, como exercício físico e comer melhor. Podem ser as alterações no estilo de vida que reduzem o risco de cancro da mama”, defende.
“Sabe-se que as células adiposas produzem factores inflamatórios que contribuem para um ambiente que permite que o cancro se desenvolva e se propague. Este estudo contribui para o corpo de evidências que apoiam um estilo de vida saudável para ajudar a reduzir o risco de cancro”, conclui Bernik