Ateliê depA representa Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza 2020

O projecto In Conflict, do colectivo depA, propõe-se “analisar e debater a produção da arquitectura portuguesa nos primeiros 45 anos de democracia”.

Foto
A proposta vencedora será exibida durante seis meses no Palácio Giustinian Lolin wikicommons

O projecto In Conflict, do ateliê depA, foi escolhido para representar Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza do próximo ano, anunciou a Direcção-Geral das Artes (DGArtes) esta terça-feira. O projecto pretende dar uma resposta à pergunta colocada pelo curador da bienal do próximo ano, Hashim Sarkis, sobre “Como vamos viver juntos?”, e para isso é dada uma “resposta clara”, segundo o comunicado da DGArtes.

Assim, o projecto propõe-se “analisar e debater a produção da arquitectura portuguesa nos primeiros 45 anos de democracia, numa perspectiva alargada, ancorada em sete processos mediáticos que trabalham a problemática do habitar nas suas dimensões física e social.”

“O projecto expositivo In Conflict estrutura-se a partir de duas metades complementares — a primeira dá, em exposição, notícia da arquitectura portuguesa através dos sete projectos de arquitectura e a segunda aborda a dimensão do conflito através de encontros performativos para debate. Esta estratégia encontra o seu reflexo na própria disposição espacial dos conteúdos e actividades, com a metade expositiva articulada nos espaços interiores do primeiro piso do Palácio Giustinian Lolin e a segunda metade triangulada entre os espaços exteriores do palácio em Veneza, Lisboa e Porto”, adiantou o mesmo comunicado.

A DGArtes salientou ainda que o palácio onde vai ficar instalada a representação portuguesa foi “reestruturado no século XVII por Baldassarre Longhena, sobre uma primeira edificação que remonta ao século XV, onde está sedeada a Fundação Ugo e Olga Levi Onlus”.

Segundo a biografia disponibilizada pela DGArtes, o ateliê depA “é um espaço de discussão e criação arquitectónica, tanto na sua forma de projecto como nas suas variáveis interdisciplinares”, tendo “desenvolvido projectos de arquitectura das mais variadas escalas e elevados graus de exigência, de encomenda tanto pública como privada”, dos quais se destaca o Pavilhão do Lago, em Serralves, no Porto, a Casa do Rosário, também no Porto, a Casa da Cultura de Pinhel, em Pinhel, entre outros.

Em Julho, foi anunciado que os arquitectos e ateliers Célia Gomes, depA, Eliana Sousa Santos, Luís Santiago Baptista e pontoatelier tinham sido os candidatos convidados para o concurso limitado para selecção do projecto que irá representar Portugal na 17.ª Bienal de Arquitetura de Veneza.

Segundo a informação disponibilizada na altura, a escolha do projecto da próxima Bienal de Arquitectura de Veneza seria da responsabilidade de um júri presidido pelo director de Serviços de Apoio às Artes da DGArtes, Nuno Moura.

Além de Nuno Moura, o júri incluiria os arquitectos Inês Lobo (curadora da representação oficial portuguesa na 13.ª Bienal de Arquitectura de Veneza), Nuno Brandão Costa (curador da representação oficial portuguesa na 16.ª Bienal de Arquitectura de Veneza), Pedro Campos Costa (curador da representação oficial portuguesa na 14.ª Bienal de Arquitectura de Veneza), Susana Ventura (que fez parte, enquanto editora, da representação portuguesa na 14.ª Bienal de Arquitectura de Veneza) e a técnica superior da DGArtes Sofia Isidoro, como especialista suplente.

O apoio financeiro total é de 250 mil euros, mais 50 mil do que em 2017, quando foi seleccionado o representante para o evento de 2018, montante que será distribuído em 151 mil euros em 2019 e 99 mil euros em 2020.

O presidente da bienal Paolo Baratta e o curador Hashim Sarkis anunciaram, também em Julho, o tema “Como vamos viver juntos?” para a edição do próximo ano. Como exposição internacional, a bienal vai explorar “o papel negligenciado do arquitecto enquanto promotor civilizado e protector do contrato espacial”, lê-se no site do evento.