A marmelada branca é confeccionada em vários lugares do país, com origem em tradições muitíssimo antigas, relacionadas com a preservação de frutos. No Mosteiro de Odivelas, desde há séculos, é feita uma marmelada branca que ficou famosa.
As freiras deste mosteiro eram exímias doceiras e talvez tivessem outros atributos que ajudam a explicar a fama do doce. No séc. XIX, há notícia de que se juntavam no exterior do mosteiro poetas e cantores em busca de receber um olhar e um cubinho de marmelada, lançado da janela, por parte das freiras, que assim premiavam os talentos que mais lhes agradavam. É caso para dizer que assim se fazia marmelada.
Outra maneira de fazer a marmelada branca é assim: utilizam-se marmelos apanhados antes do seu pleno amadurecimento, cozinhados apenas em água, e assim se faz a polpa, sempre cuidando que o fruto não oxide. Se oxidar, a cor escurece. A verdadeira prova de saber fazer está em conseguir uma tonalidade muito clara. Num tacho de cobre, preferencialmente, mistura-se a polpa numa calda de açúcar pouco forte. Dispõe-se num tabuleiro raso, deixa-se arrefecer bem e corta-se em tiras grossas, ou em cubos. Depois de secar um bom bocado ao sol, a marmelada está pronta a comer, com ou sem acompanhamento.
A Doçaria Portuguesa
Cristina Castro criou o projecto No Ponto para registar e dar a conhecer os doces do país. Tem vindo a publicar a colecção A Doçaria Portuguesa, “os mais completos livros sobre a história e actualidade dos doces de Portugal”. A investigação para este trabalho levou a autora a viajar por todos os concelhos em busca de especialidades doceiras. A partir da oportunidade de ver como se faz, de falar com quem produz, de conhecer vidas, histórias e tradições associadas à doçaria, surgiram os vídeos que desvendam um pouco de cada doce. Regularmente, a Fugas revela um vídeo novo sobre um doce diferente.