Stéphanie Frappart desistiu de jogar, mas ficou no futebol

Cinco meses depois de ter feito história na Ligue 1, a árbitra francesa vai ser a primeira mulher a dirigir a Supertaça europeia.

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Frappart durante um Amiens-Estrasburgo da Ligue 1 Reuters/Pascal Rossignol

Não é fácil imaginar que uma criança tenha o sonho de ser árbitro de futebol, e que tenha no quarto cartazes de Pierluigi Collina. A parte dos posters no quarto talvez não seja verdade, mas o sonho da arbitragem de Stéphanie Frappart existiu desde o início da adolescência, mais precisamente desde os 13 anos, idade em que lhe ouviram dizer: “Um dia vou ser árbitra internacional”. Nesta quarta-feira, esse sonho sobe mais um patamar e terá uma dimensão histórica. Esta francesa de 35 anos vai dirigir o Liverpool-Chelsea desta quarta-feira, em Istambul, tornando-se na primeira mulher a arbitrar uma Supertaça europeia.

Foi aos 13 anos que Stéphanie Frappart começou a deixar o futebol jogado para trás e, aos 18, arrumou-o numa gaveta. “Comecei a interessar-me pelas leis do jogo. Fui arbitrando alguns jogos e houve um dia em que tive de escolher”, contou numa entrevista ao jornal L’Express. Escolheu ser árbitra e foi subindo degraus na hierarquia da arbitragem francesa, fazendo história pelo caminho. No final da época passada, tornou-se na primeira mulher a dirigir um jogo da Ligue 1, um 0-0 entre o Amiens e o Estrasburgo em Abril, e rezam as crónicas que Frappart foi a melhor em campo.

Depois de ter dirigido a final do Mundial feminino entre os EUA e a Holanda, Frappart tem agora a responsabilidade de ser a primeira mulher a dirigir um jogo organizado pela UEFA e que atribui um título, e diz que esta é a oportunidade perfeita para mostrar que a igualdade de género na arbitragem é uma realidade possível. “Temos de provar que somos iguais aos homens em termos técnicos e físicos. E que não temos medo [das decisões erradas]. Estamos prontas”, declarou Frappart, que irá dirigir uma equipa quase só formada por mulheres – a francesa Manuela Nicolosi e a irlandesa Michelle O’Neill serão as assistentes, o turco Cuneyt Çakir será o quarto árbitro.

Para Frappart, que nesta época está incluída na poule de árbitros para a Ligue 1 masculina, não há grande diferença entre dirigir jogos de homens e de mulheres: “O futebol é o mesmo. As regras são as mesmas e vou fazer o mesmo que faço nos jogos das mulheres.”

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