Navio da Marinha em missão para aprofundar conhecimento sobre mar dos Açores

Campanha consiste sobretudo em levantamentos sobre o fundo do mar utilizando um sonar multifeixe.

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Navio NRP D. Carlos I Marinha Portuguesa

O navio da Marinha NRP D. Carlos I realiza até Agosto uma missão nos Açores, onde vai efectuar levantamentos hidrográficos com o objectivo de aprofundar o conhecimento sobre o mar açoriano.

A autoridade marítima adianta, em comunicado, que o navio largou na sexta-feira da Base Naval de Lisboa para uma missão no arquipélago dos Açores que se prolongará até Agosto com o objectivo de “realizar levantamentos hidrográficos no âmbito do projecto de Mapeamento do Mar Português, reforçar o dispositivo naval permanente na Zona Marítima dos Açores, cooperar no âmbito técnico-científico com o Governo Regional e a Universidade dos Açores”.

No âmbito do Mapeamento do Mar Português no arquipélago açoriano, durante a permanência do navio na região estão planeadas duas fases distintas, segundo a Marinha Portuguesa, explicando que uma dessas fases consiste no levantamento hidrográfico com sonar multifeixe dos montes submarinos (ecossistemas ricos e de particular relevância), a sul da ilha das Flores, em cooperação com a Universidade dos Açores.

A outra fase consiste também num levantamento hidrográfico com sonar multifeixe, a sudoeste das Flores, numa zona remota para além da zona económica exclusiva dos Açores (ZEE), que decorre da colaboração com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.

O D. Carlos I vai ainda acompanhar a Brigada Hidrográfica que realizará o levantamento de áreas portuárias tanto das Flores como do Corvo, para actualização cartográfica no projecto de colaboração com o Governo Regional dos Açores, acrescenta o comunicado de imprensa da Marinha.

O NRP D. Carlos I, que possui uma guarnição de 38 militares, embarca duas equipas da Brigada Hidrográfica com oito elementos e ainda dois observadores de cetáceos do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (Ciimar).

“A Marinha, em especial através do Instituto Hidrográfico, iniciou um ambicioso projecto em 2017, na sequência de uma opção estratégica de Mapeamento do Mar Português, para que o país possa efectivamente conhecer e tirar partido destes vastos espaços marítimos. Consequentemente, o conhecimento do oceano, em geral, e do leito e do subsolo marinho, em particular, afigura-se como uma tarefa de importância estratégica sem paralelo, e será seguramente um inestimável legado para as futuras gerações”, refere a nota de imprensa.

“A Marinha, em resposta às previsões ou alertas do agravamento nas condições meteorológicas e oceanográficas neste arquipélago, já deslocou, por diversas vezes, para a Zona Marítima dos Açores os meios necessários para reforço do dispositivo naval aí existente”, permitindo “o reforço das capacidades de busca e salvamento, de vigilância e patrulhamento marítimo e de apoio aos órgãos de protecção civil”, acrescenta-se.

Tem também colaborado com a universidade açoriana em campanhas científicas e com outros departamentos do Estado com competências no mar. Entre as zonas com maior incidência de vigilância e patrulhamento estão as Formigas e os bancos Princesa Alice, Condor, Açores e D. João de Castro, inseridos na ZEE dos Açores, tratando-se de locais “muito relevantes para a regeneração e equilíbrio da fauna marítima da região”.