Anfitrião e finalista, Portugal quer ser também o vencedor

Selecção nacional defronta a Holanda na final da Liga das Nações. Década e meia depois do trauma de perder o Euro 2004 em casa, Fernando Santos quer “dar uma alegria aos portugueses”

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Gonçalo Guedes LUSA/FERNANDO VELUDO

E se o troféu da primeira edição de sempre da Liga das Nações ficasse em casa? O seleccionador português, Fernando Santos, acredita que isso seria “uma alegria enorme”, descartando qualquer pressão adicional pelo facto de a equipa nacional ser, em simultâneo, anfitriã e finalista da competição. Depois de ter oferecido ao futebol português o primeiro grande troféu internacional ao nível de selecções seniores, com o triunfo no Euro 2016, o técnico aposta em inscrever o nome na história como primeiro vencedor da Liga das Nações, o torneio criado pela UEFA para acabar com os jogos amigáveis “insignificantes”.

Portugal está, pela terceira vez na história, na final de uma grande prova da UEFA: perdeu o Euro 2004 para a Grécia e venceu a França no Euro 2016. Esta noite, no Estádio do Dragão (19h45, RTP1), a selecção defronta a Holanda para desempatar a contabilidade nacional em finais – e tentar ultrapassar o trauma sofrido há década e meia, na outra final disputada em casa, que terminou com derrota. Cristiano Ronaldo é o único que resta dessa equipa e Fernando Santos acredita que o capitão, autor dos três golos com que Portugal bateu a Suíça para garantir a presença nesta final, “vai continuar a dar muitas alegrias”.

O facto de a selecção voltar a jogar uma final em casa, 15 anos depois, não representa pressão acrescida aos jogadores, defendeu Fernando Santos. “Eles disputam campeonatos importantíssimos, disputam a Liga dos Campeões... Portugal tem estado sempre presente nas fases finais das grandes competições. Jogar em casa e poder contar com o apoio do nosso público é muito motivante”, afirmou, acrescentando que erguer o troféu no fim seria a forma de retribuir: “Queremos dar uma alegria aos portugueses. Quero ganhar amanhã e sei que isso vai dar-nos uma alegria enorme.”

Apesar de uma exibição que em certos aspectos foi pouco convincente, Fernando Santos fez um balanço positivo do triunfo sobre a Suíça. “Antes do jogo decide-se, depois do jogo avaliamos o que aconteceu. O objectivo era ganhar e isso foi alcançado, o que é um sinal de sucesso”, frisou o seleccionador, que não entrou em detalhes quanto a eventuais alterações na equipa para além daquela a que está obrigado, por causa da lesão de Pepe. É provável que João Félix, o 40.º estreante na era Fernando Santos na selecção, repita a titularidade.

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A final da Liga das Nações proporcionará um reencontro entre Portugal e Holanda, que se defrontaram pela última vez em Março de 2018, num jogo de preparação para o Mundial 2018, que os holandeses venceram por 3-0. “São duas equipas distintas. A Holanda tem crescido muito nos últimos anos, no sentido de recuperação. Quando há um momento de transição há uma pequena quebra, e foi o que aconteceu com a Holanda. Agora está novamente na fase de crescimento. Tem jogadores de enormíssima qualidade”, analisou Fernando Santos.

O prolongamento que a Holanda foi obrigada a disputar frente à Inglaterra para garantir o lugar na final foi desvalorizado pelo seleccionador português: “No plano teórico teria influência, no plano prático acho que não. Disputar uma final é sempre motivante e o cansaço desaparece. Neste momento da época todos os jogadores já estão numa fase de cansaço. A frescura mental vai atenuar algum cansaço físico. Todos têm o desejo de disputar uma final e conquistar um troféu.”

“Claro que há fadiga, mas estão todos aptos. Como vamos jogar uma final, mentalmente é mais fácil recuperar os jogadores. Há outro tipo de motivação e isso ajuda”, reconheceu o seleccionador holandês, Ronald Koeman, acrescentando: “Ninguém esperava que a Holanda estivesse aqui. É um prazer jogar a final e não há qualquer pressão. Sabemos o que temos que fazer. Para estar aqui, vencemos França, Alemanha e Inglaterra. Seria fantástico terminar com uma vitória na casa de Portugal.”

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