Partidos organizam mais uma manifestação para exigir ao Presidente que nomeie o Governo

Mandato de José Mário Vaz termina a 23 de Junho e ainda não marcou eleições ou nomeou um primeiro-ministro, sendo que as legislativas foram há masi de dois meses.

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José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau Reuters

Os partidos da maioria parlamentar na Guiné-Bissau realizam neste sábado, Dia de África, o terceiro protesto para exigir ao Presidente guineense a indigitação do primeiro-ministro e nomeação do Governo, na sequência das legislativas de 10 de Março.

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, que juntos têm 54 dos 102 deputados do parlamento, aguardam há mais de um dois meses pela nomeação do novo primeiro-ministro.

Este é o terceiro protesto realizado em Bissau pelos apoiantes daquela maioria parlamentar.

Na sexta-feira, numa declaração pública, as organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau exigiram ao Presidente José Mário Vaz a nomeação do primeiro-ministro e também a marcação de eleições presidenciais.

José Mário Vaz termina o mandato a 23 de Junho.

O novo impasse político no país teve início com a eleição dos membros da Assembleia Nacional Popular, logo depois da tomada de posse dos novos deputados a 18 de Abril.

Depois de Cipriano Cassamá, do PAIGC, ter sido reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da APU-PDGB, ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados votou contra o nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.

O Madem-G15 recusou avançar com outro nome para cargo e apresentou uma providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

O Partido de Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da assembleia.

O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o Partido de Renovação Social, com 48.

Em declarações à imprensa, o Presidente guineense justificou o atraso na nomeação do primeiro-ministro com a falta de entendimento no parlamento.

“Não temos primeiro-ministro até hoje, porque ainda temos esperança que haja um entendimento entre partidos políticos na constituição da mesa da Assembleia e porque o Governo é da emanação da Assembleia”, disse.