Quando o melhor ataque encontra a pior defesa

Benfica “esmagou” o Nacional por 10-0 e reduziu para um ponto a desvantagem relativamente ao líder FC Porto. Seferovic e Jonas “bisaram” em noite de gala no Estádio da Luz

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Duas mãos-cheias de golos deram ao Benfica a maior goleada desta edição do campeonato, um resultado histórico e que permitiu à equipa de Bruno Lage capitalizar a escorregadela do FC Porto e colocar-se a um ponto do líder. O Nacional não ofereceu resistência aos “encarnados” e deixou a Luz vergado a um 10-0 humilhante. Um duplo dígito no marcador que já não se via há mais de meio século no campeonato português, mas que traduz fielmente a superioridade mais do que evidente dos anfitriões.

Antes da partida, na Luz, o Benfica já detinha o melhor ataque do campeonato (47 golos marcados) e o Nacional era a pior defesa da prova (35 golos sofridos). O vendaval a que se assistiu confirmou e reforçou o respectivo estatuto das duas equipas. Os “encarnados” esmagaram o adversário, numa partida de sentido único e que elevou ainda mais a confiança da equipa orientada por Bruno Lage, que vinha de dois triunfos consecutivos sobre o rival Sporting, no campeonato e na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal.

A oportunidade de colocar-se a um ponto do FC Porto poderia ter provocado ansiedade ao Benfica, mas essa palavra não entra no vocabulário da equipa de Bruno Lage – os “encarnados” precisaram de pouco mais de 30 segundos para inaugurarem o marcador, na sequência do pontapé de saída, com a bola a seguir pela direita e Seferovic a tocar para Grimaldo, que cara a cara com Daniel fez a bola passar entre as pernas do guarda-redes. Início de sonho para o Benfica, e começo do pesadelo para o Nacional.

Estava feito o principal, seguiu-se hora e meia de futebol arrebatador por parte dos “encarnados”, que não mostraram misericórdia perante um Nacional à deriva, sem capacidade para travar os ataques do Benfica, e muito menos para ameaçar a baliza de Vlachodimos. Seferovic viu Daniel negar-lhe o golo aos 14’, mas pouco depois o suíço surgiu isolado, na sequência de um excelente passe de João Félix, e não desperdiçou. O “bis” não demorou, após passe de André Almeida.

A equipa de Bruno Lage mostrava um futebol rendilhado, de que é um bom exemplo a jogada aos 32’, com uma série de combinações: Pizzi para João Félix, a bola chegou a André Almeida que tocou de calcanhar para João Félix, que novamente de calcanhar deixou para Pizzi – este devolveu a João Félix, que ofereceu o golo a Seferovic. E o suíço só não comemorou porque Kalindi fez o corte para canto.

O início da segunda parte foi muito parecido com o que tinha sido o primeiro tempo. Gabriel ameaçou logo aos 46’, para defesa de Daniel, mas o 4-0 surgiu mesmo aos 50’, na sequência de um livre batido por Pizzi. Samaris não conseguiu desviar de cabeça, mas a bola chegou a João Félix no poste mais distante, que não desperdiçou. Pizzi, de penálti, fez o quinto golo “encarnado” (54’) e dois minutos depois o internacional português cobrou o canto para Ferro (que se estreou a titular) marcar de cabeça (56’).

Não havia nada que o Nacional pudesse fazer para evitar o naufrágio. Rúben Dias fez o 7-0 após livre de Pizzi (64’) e o regressado Jonas ampliou para 8-0, na cobrança de um livre directo, com a bola a sofrer um ligeiro desvio que traiu o guarda-redes. O resultado já era pesado, mas ainda chegaria a números históricos. Rafa recebeu de Pizzi e fez mais um golo. E no derradeiro minuto do tempo regulamentar, Jonas colocou o marcador no duplo dígito: 10-0 na Luz, tal como em 1964 ao Seixal – então com quatro golos marcados por Eusébio. E o Benfica a um ponto do FC Porto.

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