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Um Benfica goleador à prova de pequenas crises

”Encarnados” bateram o Boavista, com um bis de Seferovic, encurtaram provisoriamente a distância para o FC Porto e ficam a salvo de qualquer aproximação do Sporting a poucos dias do derby.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

Continua a entrevista de emprego de Bruno Lage para o cargo de treinador do Benfica na próxima época e, depois de uma “final four” de má memória, o interino que substituiu Rui Vitória acrescentou mais um triunfo convincente e com golos ao seu currículo. Nesta terça-feira, na Luz, os “encarnados” venceram sem qualquer tipo de discussão (ou polémica) o Boavista por 5-1, garantindo que vão chegar à próxima jornada, um derby em Alvalade frente ao Sporting, no segundo lugar. Não só ficaram a salvo de qualquer aproximação dos “leões” (que vão ao Bonfim) nesta ronda, como colocam pressão sobre o líder FC Porto, que recebe o Belenenses SAD.

Aconteça o que acontecer até ao fim da época, Lage já tem vários méritos nesta sua ainda curta passagem pelo banco “encarnado”. Não só fez esquecer tempos mais recentes de futebol e resultados sofríveis, como fez desaparecer a dependência da inspiração de apenas um homem. Jonas ainda não cumpriu um único minuto desde que Bruno Lage assumiu o cargo, mas, na ausência do brasileiro, emergiram dois goleadores de pontaria muito afinada. Com os dois que marcou ao Boavista, Haris Seferovic já vai em 13 golos esta época (a sua melhor de sempre), e João Félix, o miúdo de 19 anos, já vai em sete.

Lage tem ainda outro mérito. Com a excepção do jogo com o FC Porto, o “seu” Benfica tem tido a capacidade de ultrapassar os focos de crise que vai encontrando durante o jogo. E teve alguns nesta noite, perante um aflito Boavista conduzido pelo interino Jorge Couto, a fazer a ponte entre o pós-Jorge Simão e o pré-Lito Vidigal. A primeira crise “encarnada” aconteceu logo aos 7’, numa reposição de bola de Vlachodimos e uma abordagem completamente disparatada de Gabriel. Tahar conseguiu interceptar a bola e teve o golo nos pés, mas tudo o que conseguiu fazer foi acertar no poste.

A reacção benfiquista não podia ter sido mais adequada. Aos 9’, num livre descaído para o lado direito, Pizzi encaminhou a bola para o coração da área, onde estava João Félix para o cabeceamento certeiro. Foi o início de um período absolutamente dominador do Benfica, sem que o Boavista conseguisse sequer ficar com a bola mais do que cinco ou dez segundos consecutivos.

Até chegarem ao segundo golo, os “encarnados” rondaram muitas vezes a baliza de Helton Leite, uma delas num cabeceamento de Ruben Dias (aos 26’) que bateu na trave após livre de Pizzi. Dois minutos depois, foi o médio “encarnado” a fazer o 2-0, numa recarga após defesa incompleta de Helton a um primeiro remate de Seferovic.

Com este resultado, o Benfica parecia à prova de crises, mas, antes do intervalo, ainda teve de lidar com mais uma. Talocha conseguiu fugir à marcação da defesa benfiquista num canto e reduziu para 2-1. Tirando aquele lance logo no início, o Boavista mal tinha passado do seu próprio meio-campo, mas conseguia uma injecção de moral para enfrentar a segunda metade. E transportou esse espírito durante os primeiros minutos após o reatamento. Essa vontade durou exactamente nove minutos.

Foi o tempo de que o Benfica precisou para voltar a ficar confortável. Aos 54’, Félix avançou pela direita, fez um cruzamento rasteiro para a área e Seferovic marcou o primeiro do jogo. Depois, aos 72’, o suíço voltou a aproveitar uma defesa incompleta de Helton a um remate de Pizzi para o segundo da conta pessoal. E um grande pontapé de Grimaldo fechou as contas do jogo, aos 86’.

O Boavista ainda teve uma oportunidade de reduzir, com um penálti a castigar uma falta de Samaris sobre Carraça, mas Vlachodimos defendeu o remate de Mateus. Mesmo que o penálti tivesse sido golo, já não evitaria a goleada que deixou o Boavista em zona de despromoção e o Benfica em zona de conforto a poucos dias do derby.

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