FC Porto mais feliz num clássico que transbordou de emoção
O FC Porto bateu o Benfica (3-1) e está na final da Taça da Liga. “Encarnados” queixaram-se da arbitragem de Carlos Xistra.
Pela terceira vez em 12 edições, o FC Porto está na final da Taça da Liga. A equipa de Sérgio Conceição bateu o Benfica na meia-final (3-1), com os golos de Brahimi, Marega e Fernando Andrade a garantirem a presença no jogo que atribui o primeiro troféu de 2019. Estrear-se na conquista desta prova é um objectivo assumido pelo técnico dos “dragões”, que ficam à espera do adversário, a sair do duelo desta noite entre o anfitrião Sp. Braga e o Sporting.
Esta foi a primeira derrota de Bruno Lage desde que sucedeu a Rui Vitória no comando técnico da equipa “encarnada”. O Benfica perdia ao intervalo (2-1) e, apesar de ter estado por cima durante grande parte do segundo tempo, não conseguiu contrariar um adversário que tinha superado nos três encontros anteriores na competição: triunfo na final em 2009-10, triunfo na meia-final em 2011-12, e triunfo no desempate por penáltis após empate 0-0 na meia-final em 2013-14. Pela terceira época consecutiva, os “encarnados” falham a final da Taça da Liga – estiveram ausentes em apenas cinco das 12 edições da prova.
O jogo começou atrasado, mas valeu a pena esperar. A contrariar a desvalorização de que a Taça da Liga foi alvo durante alguns anos, Benfica e FC Porto subiram ao relvado do Municipal de Braga dispostos a lutar até à última gota de suor pela vaga na final de sábado. Num dos melhores clássicos da memória recente do futebol português, houve emoção a rodos. A primeira parte foi disputada a um ritmo frenético, com lances de perigo em ambas as balizas. Houve três golos, os guarda-redes evitaram outros tantos, e o videoárbitro esteve na berlinda.
Ainda não tinham decorrido 120 segundos da partida e já havia ocasiões flagrantes em ambas as balizas. O FC Porto abriu as hostilidades, com Marega a desmarcar-se e a receber um passe de Brahimi: cara a cara com Svilar, o maliano permitiu a defesa. Na resposta, o Benfica ameaçou por João Félix, que após canto cabeceou para defesa de Vaná. Jardel, em boa posição, não conseguiu fazer a recarga.
Era um início promissor e o que se seguiu não defraudou as expectativas. O Benfica conseguiu controlar durante um período, mas o FC Porto reequilibrou os acontecimentos e não demorou a colocar-se em vantagem. Após André Pereira fugir a Rúben Dias e obrigar Svilar a defesa apertada (20’), Brahimi inaugurou o marcador: a jogada começa com um roubo de bola de Óliver a Gabriel (o Benfica queixa-se de falta, mas Carlos Xistra não considerou e o videoárbitro também não deu indicação), prosseguindo com Marega a acelerar pela direita e a rematar para desvio de Svilar – para os pés de Brahimi, que não desperdiçou.
O ritmo não ia abrandar, bem pelo contrário. O Benfica não demorou a responder, num lance conduzido pela direita, com Pizzi a cruzar para o remate de Seferovic, que foi travado por Vaná. Mas o ressalto sobrou para Rafa, que fez o 1-1. Após revisão das imagens de videoárbitro, por possível mão de Seferovic, Xistra validou o lance. Sem tempo para respirar, a réplica do FC Porto surgiu de imediato: um passe irrepreensível de Brahimi chegou a Corona, e este tocou de primeira para Marega, que disparou os “dragões” novamente para a liderança.
Não era, ainda, o momento para descansar. A primeira parte foi disputada, literalmente, até ao último instante. Mesmo antes do intervalo, o Benfica voltaria a marcar, por Pizzi – mas o lance foi invalidado por posição irregular de Rafa no início da jogada. As imagens não desfazem as dúvidas, mas Carlos Xistra, após consultar o VAR, considerou que o jogador “encarnado” estava ligeiramente adiantado.
Na segunda parte houve, durante algum tempo, sentido único: a baliza do FC Porto. O Benfica intensificou a pressão, mas nem Seferovic, nem Grimaldo, nem João Félix conseguiram sobressaltar Vaná. Aos 62’, na oportunidade mais flagrante dos “encarnados”, Rafa recebeu a bola em excelente posição mas errou completamente o alvo, após uma bela jogada em que a bola passou por João Félix e Seferovic.
A equipa de Bruno Lage iria pagar pela falta de eficácia. Já com Soares e Fernando Andrade em campo, os “dragões” ensaiavam contra-ataques fulminantes. Marega insistiu pela direita e procurou Soares, mas Svilar travou a bola (75’). Mas seria Fernando Andrade a acabar com as dúvidas, após passe de Soares entre Gedson e Rúben Dias: o ex-Santa Clara acelerou e sentenciou a partida. Depois de 2009-10 (perdeu contra o Benfica) e 2012-13 (perdeu contra o Sp. Braga), o FC Porto está de volta à final da Taça da Liga.