Em dois dias, um cão morreu e outro foi parar ao Japão por engano em voos da United Airlines

Na segunda-feira, um buldogue francês de dez meses morreu após ter sido colocado no compartimento das bagagens de mão. No dia seguinte, um pastor alemão foi enviado acidentalmente para o Japão.

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Uma passageira publicou esta imagem no Facebook

A companhia aérea norte-americana United Airlines, que no ano passado protagonizou vários casos mediáticos de incidentes com os seus passageiros, registou esta semana dois incidentes com animais de estimação em dois dias consecutivos. Na segunda-feira, um cão morreu num voo doméstico que partia de Houston, no Texas, com destino a Nova Iorque, por ter sido colocado por uma assistente de bordo no compartimento superior da cabine, reservado à bagagem de mão. No dia seguinte, um pastor alemão foi enviado acidentalmente para o Japão quando devia ter chegado ao estado do Missouri, num voo doméstico.

Catalina Robledo, dona do cão que morreu no compartimento das malas de mão do avião que ligava Houston a Nova Iorque, viajava com os dois filhos e com o seu animal de estimação, que seguia numa bolsa transportadora pequena, de forma a caber caber no espaço debaixo do assento da frente. Antes da descolagem, uma assistente de bordo terá insistido para que o buldogue francês fosse colocado no compartimento superior da cabine. Após mais de três horas e meia de voo, o animal foi encontrado morto.

De acordo com o porta-voz da companhia aérea, Charles Hobart, ouvido pela Associated Press, a assistente de bordo do voo avisou a família que o cão teria que seguir viagem no compartimento superior da cabine porque a transportadora estava a obstruir o corredor.

Nas redes sociais, várias pessoas relatam terem ouvido a família a explicar que era um cão e que não podia ser colocado no compartimento das malas de mão, mas a assistente não cedeu. De acordo com a AP, vários passageiros dizem ter ouvido os latidos do animal durante o voo, mas não perceberam que o cão tinha acabado por morrer.

Uma passageira, Maggie Gremminger, relatou o episódio no Twitter. Escreveu que Robledo queria que o cão continuasse no espaço debaixo do banco da frente, mas que a assistente insistiu que tinha que ir para o compartimento de cima. “No final do voo, a mulher encontrou o seu cão morto. Sentou-se no corredor do avião, a chorar, rodeada de outros passageiros atónitos”, descreveu Gremminger, citada pela AP.

O porta-voz da companhia aérea diz que a empresa está a investigar o sucedido e recusou identificar a assistente de bordo. Mas reconheceu que “os animais nunca devem ser colocados no compartimento superior da cabine”. “Assumimos total responsabilidade por esta tragédia e desejamos condolências à família”, disse, acrescentando que o valor dos bilhetes foi reembolsado, incluindo a taxa de 200 dólares para transporte de animais. A companhia aérea vai também assumir os custos da necropsia do animal.

 

Um passeio imprevisto até ao Japão

Na terça-feira, a United voltou a protagonizar um novo incidente. Desta vez foi um pastor alemão que foi enviado acidentalmente para o Japão, em vez de ter sido colodado num voo doméstico entre o Oregon e Kansas City, no estado norte-americano do Missouri.

Kara Swindle, dona do cão, deu pela falta do animal quando foi buscar o pastor alemão à zona das cargas do aeroporto de Kansas City e recebeu um grand danois. A companhia aérea terá confundido os dois cães e enviou o pastor alemão para o Japão, destino previsto do grand danois. Quando alertados para o erro, os representantes da companhia aérea garantiram que o pastor alemão iria ser enviado para Kansas assim que possível, mas não se sabe ainda quando vai chegar, escreve a Time.

A United é uma das companhias aéreas norte-americanas que tem registado mais incidentes com animais. De acordo com os dados do Departamento de Transportes norte-americano, citados pela AP, morreram 24 animais durante voos no ano passado, 18 deles durante viagens na United. Mas não são só os episódios com animais que têm colocado a companhia aérea sob escrutínio: em Abril de 2017, por exemplo, a companhia aérea foi alvo de uma onda de contestação depois de um vídeo em que se mostrava um passageiro a ser agredido e arrastado por assistentes de bordo se ter tornado viral. O caso acabou em tribunal.

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