Quem está a enviar brinquedos sexuais sem remetente através da Amazon?

Várias pessoas nos EUA e Canadá estão a receber encomendas misteriosas sem remetente. Amazon está a investigar

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Mike Segar/ Reuters

No início pensou tratar-se de um erro na morada. Mas depois o possível engano repetiu-se, uma e outra vez, e Nikki começou a preocupar-se. Nas embalagens com a marca da Amazon que chegavam à sua caixa de correio vinham brinquedos sexuais — e no lugar do remetente havia um vazio enigmático e algo assustador.

A história da norte-americana, contada por vários meios de comunicação locais, é apenas uma das várias que estarão ser reportadas à maior retalhista online do mundo: alguém está a usar a Amazon para enviar produtos para pessoas que não os pediram nos Estados Unidos da América e Canadá. E a empresa não faz a miníma ideia do autor da brincadeira. Luzes de LED, equipamentos tecnológicos ou brinquedos sexuais, como vibradores, são alguns dos objectos “oferecidos”.

O acontecimento, justifica um porta-voz da Amazon em declarações ao Daily Beast, é “parte de um mau comportamento” de alguém ainda não identificado. “Estamos a investigar informações de consumidores que receberam encomendas não solicitadas, porque isso viola a nossa política.”

Para já, tudo é ainda uma maré de dúvidas. Alguns trabalhadores da empresa, que preferiram não se identificar, disseram à mesma fonte que acreditavam que a “brincadeira” fosse, na verdade, parte de uma estratégia comercial para conseguir avaliações dos produtos enviados. A Amazon classifica os produtos tendo em conta as avaliações dos consumidores — e quanto mais comentários os artigos tiverem mais destaque ganham no site de vendas.

A Amazon diz não ter qualquer prova de que esta teoria — que supõe que empresas compram os seus próprios produtos e os enviam depois aleatoriamente — não tem, para já, qualquer fundamento. Até porque, até agora, há “poucos comentários associados a essas entregas".

Nikki, que prefere manter o apelido anónimo, estranhou não só a frequência dos envios como os “presentes” que lhe iam chegando. Para uma brincadeira, aquela ideia parecia-lhe muito dispendiosa. “Olhei [para o brinquedo sexual] e custava 25 dólares, o que é bastante. Parecia ser bastante pessoal.” Agora, e conhecendo outras histórias menos simpáticas de assédio, a brincadeira não provoca qualquer gargalhada a Nikki, que tem até receio de estar em casa: “Quero saber o nome do homem e onde vive para me assegurar que está longe da minha cidade”, diz. Esperam-se novas encomendas fantasma e uma explicação para o mistério.

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