Selecção portuguesa com equipamentos mais leves, mais elásticos, mais confortáveis, mais...
Equipamentos que a selecção portuguesa de futebol vai usar no Euro 2016, em França, são mais leves e adaptáveis, feitos a partir de garrafas de plástico recicladas. O P3 falou com Scott Munson, um dos responsáveis pelas peças da Nike. “Não há nada mais emocionante do que o futebol”, diz
Quando Scott Munson jogava futebol profissionalmente, no início da década de 90, os equipamentos “eram enormes”. “Ninguém pensava na sensação que os materiais provocavam no corpo”, lembra o responsável pelo desenvolvimento de novas peças de vestuário para futebol da Nike. “Cada detalhe é pensado até à exaustão para que o atleta tenha uma melhor ‘performance’ e menos distracções.” Hoje, diz, há uma “verdadeira obsessão” neste campo — e os novos equipamentos que a selecção portuguesa de futebol vai usar no Euro 2016, em França, não são excepção.
Os equipamentos com “Aeroswift Vapor” — nome da tecnologia desenvolvida nos últimos dois anos pela marca norte-americana — são “10% mais leves e têm 50% mais elasticidade” do que os anteriores. Isto permite que os atletas “não se sintam limitados” à medida que se movimentam, explica ao P3 Scott, que sublinha o facto de ser “a primeira vez que qualquer equipa de futebol usa esta tecnologia”. Pôr as peças de roupa ao serviço do jogador é a ideia por detrás destas inovações. Por serem fabricados com “um novo fio de alto desempenho que absorve o suor da pela 20% mais rapidamente”, calções e camisolas secam 25% mais rápido. O processo de fabrico que integra “estruturas de malha individual e dupla” permite “melhores ventilação, elasticidade e ajuste”.
Os calções — do mesmo material que as camisolas, “mais confortável” — perderam os cordões e têm uma nova cintura. “Sem o cordão, o calção é mais leve. Os atletas disseram-nos que não precisam dele, que é muito distractivo”, justifica o canadiano de 46 anos. O design das mangas das camisolas foi inspirado nos orientais quimonos, adaptando-se aos movimentos dos braços e do tronco enquanto os jogadores correm.
Tal como aconteceu no Mundial de 2014, no Brasil, as peças de roupa da Nike são fabricadas com poliéster reciclado, “feito a partir de garrafas de plástico recicladas que são derretidas para produzir fios finos”. Uma média de 18 garrafas de plástico recicladas são utilizadas por cada equipamento. “Desde 2010, a Nike retirou mais de 2.000 milhões de garrafas de aterros”, refere Scott, o suficiente para cobrir mais de 3.500 campos de futebol.
Vermelho é a cor do equipamento principal, com um tom mais escuro nas mangas e outro mais claro no tronco, “o que cria um efeito de movimento à medida que atleta mexe os braços”; as meias são verdes. Já no alternativo existe “uma visão patriótica inesperada”, define Scott. “Decidimos introduzir um verde muito mais ousado e futurístico, com distinção ao longo do corpo.” O que distingue 2016 dos anos anteriores é “o nível de detalhe nos elementos de orgulho”: na parte traseira da gola está escrita a palavra “Portugal”; nas mangas pode ler-se “Nação” e “Valente”; e perto do coração, “mesmo por trás do emblema da federação”, está uma esfera armilar.
“Recentemente, quando Cristiano Ronaldo experimentou os calções e a camisola pela primeira vez, disse que se sentia pronto para uma batalha”, conta o antigo futebolista canadiano. Os calções curtos e as camisolas de mangas largas ficaram para trás, nos anos 90. “Quem me dera ainda competir para poder usar estes equipamentos e jogar tão rápido quanto achava que era”, brinca o antigo atleta dos Vancouvers 86ers, há 18 anos na Nike, sintetizando: “Não há nada mais emocionante do que o futebol”.