Sei bem que servir peixe cru não é consensual.
Há cerca de um ano, tive que fazer uma reportagem pelos melhores restaurantes de sushi. Testámos cerca de dez, entre Porto e Matosinhos, da Avenida à Foz.
Dias houve em que comecei a ingerir peixe às 10 horas da manhã, com uma simpática japonesa que fazia também a sua análise crítica. Repetíamos a dose à hora de almoço, altura em que, seguramente, já o meu estômago se assemelhava a um aquário.
Entretanto, este ano, já fiz um "workshop" e continuo nesta missão — que já não é imposta, mas bem podia — de testar sítios novos.
Comer bom sushi é caro — não vão em cantigas. O peixe fresco de qualidade é caro, ter um bom sushiman a prepará-lo é dispendioso e garantir um serviço eficaz de atendimento também.
Quando um restaurante vos serve “peixe-manteiga” ("butter fish") em fatias de sashimi tão alvas quanto vieiras, desconfiem. Quando há demasiada fusão — digo, ovos de codorniz, maioneses, muito philadelphia e outros molhos que oprimem o real sabor do peixe — suspeitem. O melhor sushi é aquele que não precisa de subterfúgios.
Do que precisas:
1 bife de atum fresco (cerca de 1,5 cm de altura)
Meia laranja
1 lima (sumo e raspa)
Flor de sal q.b.
Vamos a isto:
1. Corta o bife de atum em pequenos cubos iguais. Faz o mesmo com a laranja.
2. Coloca numa taça o atum, tempera com flor de sal, sumo e raspa de lima e deixa marinar cerca de cinco minutos.
3. Junta os cubos de laranja ao preparado e serve no centro de um prato ou numa taça. Decora com um pouco mais de raspa de lima.
Dicas:
- Antes de servir, polvilha com sementes de sésamo previamente tostadas;
- Podes substituir a laranja por manga ou melão.
- Se não gostares do atum cru, podes corar o bife entre um a dois minutos de cada lado e depois cortar em cubos.