A Daniela Luz é de Matosinhos. Tem 34 anos e trabalha no Porto, no ramo da hotelaria, no ROSA ET AL Townhouse. Utiliza regularmente a bicicleta para se deslocar nesta zona urbana, frequentemente acompanhada pelo filho, o Vasco.
O que te levou a começar a usar a bicicleta para te deslocares?
Inicialmente, o que me levou a começar a utilizar a bicicleta foi uma motivação económica e ambiental. Por outro lado, foi algo que desde criança me fora incutido. Em Matosinhos, uma grande maioria das pessoas deslocava-se de bicicleta no seu dia-a-dia. Na minha família, o carro só chegou já era eu adulta. Um dia pensei: “É ridículo andar de carro. Posso perfeitamente pedalar no percurso que faço!.”
De que formas usas a bicicleta à sexta-feira?
Uso-a como em qualquer outro dia da semana: deslocações trabalho-casa, compras, quando é preciso ir buscar o filhote à escola. Faço uma utilização banal da bicicleta.
Quando te inscreveste no Sexta de Bicicleta?
Numa deslocação a uma querida loja de bicicletas, um amigo aliciou-me e achei o projecto muito útil e pertinente.
Como te deslocavas antes?
De carro.
Que tipo de bicicleta ou equipamento?
A minha bicicleta, segundo me disseram, é uma Mixte — mas para mim é a Alice, uma menina francesa dos anos 70, cheia de charme!
O que muda na tua vida nas sextas-feiras em que levas a bicicleta contigo?
Quando pedalamos para o trabalho, o trânsito não importa, sentimos o vento na cara, olhamos para o que nos rodeia e a alma voa. O que muda quando vou de bicicleta é o sorriso que se nota mais nos lábios e é muito difícil conseguir abalar a boa disposição.
Existem alguns mitos (sobre a utilização da bicicleta) que tenhas vencido?
O principal mito que venci é que é impossivel fazê-lo com crianças pequenas. O meu filho demorou bastante a aprender a andar na sua bicicleta e como já pesava uns bons 27 quilos quando decidi deslocar-me de bicicleta diariamente, comprei uma eléctrica. E durante muito tempo levava-o na minha. Agora que já pedala sozinho, eu pedalo na Alice e ele na dele e está a aprender as regras de trânsito. Quando há vontade, arranja-se maneira de fazer resultar!
O que poderia melhorar nos percursos que realizas?
Acho que as ciclovias na cidade do Porto, na sua grande maioria, foram pensadas por pessoas que nunca devem ter andado de bicicleta na vida. Se vão fazer algo de raiz, peçam a opinião a quem as vai utilizar diariamente. Os custos seriam os mesmos mas estariam adaptadas à realidade.
Um momento em que te sentes mesmo bem a andar de bicicleta.
Quando venho do trabalho na Baixa do Porto, desço a Av. da Boavista e começo a ver o mar, o barulho da cidade começa a ficar para trás e o sol quentinho na cara... Delicioso.
Uma pessoa da praça pública que gostarias de ver a andar de bicicleta e porquê?
O presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, na ciclovia da marginal, sem atropelar nenhum peão!
O que tens a dizer a quem diz que andar de bicicleta na sua cidade é impossível?
Nada é impossível! Basta querermos e tudo se ultrapassa!