Black Bombaim, os primeiros portugueses no Roadburn
Os elementos da banda de Barcelos estão há anos a namorar o festival holandês, que consideram ser a "Meca" dos festivais
A banda barcelense de rock psicadélico Black Bombaim foi hoje confirmada como o primeiro grupo nacional a figurar no cartaz do festival holandês Roadburn, que o baixista Vítor ‘Tojo’ Rodrigues classifica como a “Meca” do género.
O Roadburn, que decorre anualmente em Tilburg, vai ter lugar de 18 a 20 de Abril do próximo ano e define-se como o “mais importante festival ‘underground’ de psicadelismo, ‘avant-garde’ ou outras variações de prazeres sónicos que empurram as fronteiras da música”.
“O Roadburn sempre foi o ‘ex-líbris’ da nossa carreira como músicos. Já quisemos ir lá por varias vezes só ver os concertos, mas desta vez temos a sorte de lá ir participar”, disse à Lusa ‘Tojo’ Rodrigues, que confessou estar há anos a “namorar” o organizador do evento, Walter Hoeijmakers.
Na segunda-feira, ‘Tojo’ recebeu um telefonema da editora Lovers & Lollypops a avisar para ir ver o email, onde se encontrava o convite do Roadburn, estando os Black Bombaim previstos para o primeiro dia do evento. “Acho que vamos estar muito nervosos, porque aquilo é a ‘Meca’ dos festivais, do nosso estilo de música. Acho que vai ser bom, acho que temos alguma coisa a dizer naquele festival e vamos dar o nosso máximo como damos sempre. Queremos é que o pessoal se divirta”, referiu o baixista da banda.
Os Black Bombaim, trio instrumental fundado há cerca de seis anos, lançaram este ano o álbum “Titans”, que conta com a colaboração de vários nomes sonantes do meio, desde o saxofonista Steve Mackay dos Stooges a Isaiah Mitchell dos Earthless, passando pelo nacional Adolfo Luxúria Canibal dos Mão Morta.
Futuro sem rede
Sem convidados previstos para a atuação na Holanda, mas com entusiasmo, ‘Tojo’ Rodrigues afirma que o percurso futuro será a continuidade do que tem vindo a ser feito, aproveitando mais o mercado europeu, onde há mais possibilidades para o género que praticam.
Com a consciência de que dificilmente podem agradar àquilo a que chama os “grandes festivais”, a banda pretende expandir-se para a Europa, com concertos programados para diversos países como Espanha, França e Alemanha, sem que isso seja uma queixa sobre Portugal, onde tocam de forma regular: “Não estou, de nenhuma forma, a queixar-me. É o que é e temos de aceitar isso”.
Com idades compreendidas entre os 23 e os 26 anos, numa altura em que um dos elementos acaba de ter um filho, Vítor ‘Tojo’ Rodrigues confessa que a banda deu um grande contributo para o seu crescimento enquanto pessoa: “Se não fosse esta banda não conhecia Portugal como conheço hoje, não conhecia nem um terço das pessoas que conheço agora. Ainda para mais, estando desempregado, se não tivesse esta motivação, estava em depressão”.