Ninguém vos disse que já não se vive da música?
Quando nos disseram já era tarde demais. A minha mãe continua a insistir nesse assunto sempre que lá vou a casa jantar mas depois também diz que gosta muito dos Long Way to Alaska e dos The Glockenwise, já o meu pai é mais adepto dos Black Bombaim.
Escolheram o nome da vossa editora numa noitada de Scrabble?
Fomos um pouco mais pseudo e apanhamos o nome de uma cena de um documentário dos anos sessenta.
Que bandas de outra editora levariam para uma ilha deserta?
Todas as da Sacred Bones mesmo as que ainda não foram editadas ou as que ainda nem existem.
A vossa editora tem sotaque?
Temos sotaque minhoto e orgulhamo-nos de não sermos duros de ouvido.
Quando é que foi a última vez que encheram os bolsos — e o ego?
Ui, essa é como perguntar a uma mãe qual o filho favorito. Assim de repente e nos últimos meses enchemos muitas vezes o ego e pouquíssimas os bolsos mas ouvir a novíssima música dos Long Way to Alaska, editar o disco de ALTO!, ver os The Glockenwise regressar aos palcos, concluir o disco de Black Bombaim, regressar com o 20 20 20, levar a Isto não é uma festa indie para Lisboa e colocar de pé o Milhões de Festa parecem-me óptimos motivos para massajar o ego.
Um álbum também se come com os olhos. Quem é o verdadeiro artista?
Ui, não há um mas uma imensidão deles como o pessoal dos Bolos Quentes, o Jorge Naper, o João Guedes, o Anoik, o André Coelho e muitos mais que me vão obrigar a pagar copos porque não os referi. Verdadeiros artistas e homens com paciência de santo para os nossos prazos de entrega impossíveis e as nossas implicações picuinhas.
Qual é o melhor sítio para ouvir música?
Regra geral a caminho do escritório, quando não há ninguém a chatear ou e-mails para responder. As decisões mais importantes também são tomadas nesses quinze minutos de percurso.
E que tal uma piada seca?
Esta ouvi num concerto de Act Ups num festival em Barcelos, o Soutorock. "O que é que tem nove braços e é uma merda? Os Def Leppard".