Começou com seis carrinhas prontas a ser transformadas em autocaravanas acolhedoras e esteticamente atractivas. Hoje, a caminho de completar dois anos de negócio, tem 10 para alugar a preços simpáticos.
A West Coast Campers já teve mais de 300 clientes, 75 por cento chegam de fora do país, sobretudo do Norte da Europa. Serviço solicitado, as viaturas estacionam à porta dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro para apanhar os viajantes. Um serviço "low cost" com sede na capital, não muito longe das chegadas e partidas do aeroporto da Portela.
Ricardo Grijó, 35 anos, e Carolina Fernandes, 34 anos, marido e mulher, gostam de desportos aquáticos, de partirem à aventura, de dormir na praia se assim tiver de ser, sem marcações de hotel a atrapalhar horários despreocupados. Para uma viagem de um mês pela Nova Zelândia, alugaram uma autocaravana e perceberam que essa oferta podia ter uma nova cara no nosso país. As circunstâncias da vida ajudaram a colocar a ideia em prática.
Trocar o fato pela estrada
Com formação em gestão de empresas, Ricardo vestiu o fato e gravata de delegado de propaganda médica durante 14 anos. A empresa começou a extinguir postos de trabalho, Ricardo foi atingido por essa reestruturação, foi para o desemprego. Era hora de arrancar para a estrada. Avançou com um estudo de mercado, informou-se como funcionava a burocracia, tratou da papelada para criar o próprio negócio e toda a quantia relativa ao subsídio de desemprego chegou de uma só vez.
Em simultâneo, apresentou uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e os fundos comunitários representaram 30 por cento do financiamento inicial. A West Coast Campers começava a ver a luz do dia com preços altamente competitivos. Um dia em época baixa pode ficar por 65 euros ou 110 euros na época alta. E, ao contrário do que costuma acontecer, o aluguer da autocaravana inclui quilómetros ilimitados. Não há contadores a chatear.
“Não é uma ideia original, mas em Portugal somos os únicos”, adianta Ricardo Grijó, que também lançou um desafio no Facebook para conseguir uma decoração original nos veículos. “Cobramos metade do aluguer de uma caravana normal”, acrescenta. A mulher, Carolina Fernandes, engenheira do Ambiente a tempo inteiro, ajuda sempre que pode. É o seu braço direito. O negócio está a correr bem, a crescer devagarinho, a remar contra a maré.
Dez veículos representam um investimento de 400 mil euros. “É um negócio que envolve muito dinheiro”. Mas Ricardo não parece ter dúvidas. O sector do turismo é, na sua opinião, o trajecto do futuro. “É a única coisa que nos safa neste tempo de crise”, afirma.