Orçamento do Estado para 2019: de novo nas mãos da esquerda
PSD foi o único a assumir que será difícil – “quase impossível” – votar a favor ou abster-se no orçamento
É preciso esperar pelo documento final para haver certezas mas, para já, só o PSD assume que dificilmente votará a favor do Orçamento do Estado para 2019. “Acho que é muito difícil que este Governo, apoiado pelos partidos da extrema-esquerda, esteja capaz de apresentar um orçamento que possa ir ao encontro aos princípios que o PSD tem defendido e que ao longo destes anos o PS não tem feito”, disse esta semana Rui Rio, na sede do PSD, antes de uma reunião com o líder madeirense Miguel Albuquerque. Mesmo a abstenção, assumiu Rio à Lusa e à TVI, é muito difícil. “Quase impossível”.
A estratégia do BE e do PCP, mais do que esperar para ver, passa por negociar até chegar a acordo. "Tendo a não dar nada como adquirido e não baixamos a guarda em nenhum dos tópicos já negociados", disse o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares, à Antena 1.
Jerónimo de Sousa, à RTP, assumiu que o PCP se mantém empenhado no apoio ao executivo - "o nível do compromisso está inscrito na posição conjunta" -, mas não é certo que aprove o orçamento. "É perante o pano que se talha a obra", disse. “Como é que nós podemos ter uma posição de sim ou de não se, em relação aos seus conteúdos, ninguém os conhece (…). Se for um orçamento de retrocesso, se for um orçamento em que as imposições externas e os traços de política de direita se acentuam, temos um problema", garantiu o comunista, recusando entrar "no reino da especulação".
O CDS ainda não divulgou qual será o seu sentido de voto, mas Assunção Cristas anunciou, no congresso de Março, que irá apresentar no Parlamento uma resolução, à semelhança do passado, para obrigar BE, PCP e PEV, que têm posições conjuntas assumidas com o Governo PS, a pronunciarem-se sobre o Programa de Estabilidade. “A nossa estratégia é clara de oposição alternativa às esquerdas encostadas”, tem repetido a líder do CDS.