Viana fica bem na fotografia

Doze criativos — e quatro cabeçudos — deram a volta a Viana do Castelo em Instagram e partilharam uma cidade que, sem pressas, como uma peça de estuque, está a reinventar as suas tradições e os seus corações. Gosto!

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Em Viana, há um museu — que não é um museu — e que conserva lá dentro as estátuas e os monumentos, o artesanato, as pessoas e as tradições. Tudo em madeira, pasta de papel e esferovite. Tudo esculpido numa escala que se assemelha ao quarto de brincar de um gigante. Um galeão histórico, os tripés e as máquinas à la minute, os cestos floridos de Vila Franca, o busto de Fagundes, a escultura do Caramuru e o chafariz (vizinhos na Praça da República), o monumento ao Pescador do Campo da Agonia, o monumento ao Folclore do Largo da Estação, o santuário de Santa Luzia, a estátua à Mulher Vianesa (junto ao Castelo de São Tiago da Barra), o Museu do Traje, o moinho de Carreço, os espigueiros, o arco de Vila Mou e até uma peça de loiça de Viana (onde cabe uma pessoa). “Quando eu era miúdo, a maior parte dos carros alegóricos eram puxados por animais. Lembro-me de vir de comboio com os meus pais ver o cortejo. Era uma confusão regressar”, recorda, entre sorrisos, José Elias, 46 anos, um dos 14 funcionários deste armazém, que devia mesmo ser um museu (onde estão, por exemplo, os moldes de ferro que servem para desenhar os tapetes de flores, as filas de cadeiras rendilhadas do Teatro Sá de Miranda ou o B monstruoso que um dia esteve à porta da biblioteca).

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O armazém onde moram os cabeçudos e os gigantones Paulo Pimenta

Em Viana, as tradições são tão respeitadas como o horários das fornadas das bolas de berlim da Natário (a memorizar, juntamente com o pin do smartphone: todos os dias às 11h30 e às 16h30; domingos apenas às 16h). E, durante três dias, um grupo de 12 instagramers (o autor destas linhas incluído) perdeu-lhes o respeito, virando-as do avesso, olhando para elas de um outro ângulo, fotografando-as, partilhando-as e gostando delas — milhares de likes.

Nesta cidade com ar de aldeia em ponto grande, com pessoas que se conhecem e trocam bons dias, é certo e sabido que pelo menos uma vez por ano as cabeças de cabeçudos vão sair das prateleiras do armazém do senhor Elias para, teimosos, desfilarem pelas ruas — sem pressa, como a cidade — aos pulos, juntamente com os rodopios desengonçados dos pesados e quixotescos gigantones. E por aqui há outras verdades absolutas sobre esta cidade como regras de um jogo de tabuleiro: 1 — qualquer deambulação pela malha do centro histórico acaba por desembocar irremediavelmente na Praça da República; 2 — nas conversas de café e na pacata rotina vianense há sempre um totem chamado Prédio Coutinho; 3 — não há nada que perturbe a harmonia do triângulo arquitectónico mais famoso da cidade (formado pela austeridade dos antigos Paços do Concelho, pela delicadeza da Misericórdia e pelo som ambiente do chafariz quinhentista); 4 — o navio-escola Gil Eannes está sempre ali, ancorado no mesmo sítio; 5 — num ápice, à distância de uma viagem de funicular (uma relíquia dos anos 1920), podemos estar em Santa Luzia a admirar a Basílica de cara lavada e a cidade com um pé no rio e o outro no mar; noutro ápice, à distância de um ferry-boat, estamos na margem sul do rio Lima, em Darque, na longa praia do Cabedelo; 6 — parece instituído um recolher obrigatório que esvazia as ruas da cidade ao fim do dia (e ninguém sabe muito bem explicar esse mistério).

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O fotógrafo "à la minute" fotografado desde o Santuário Paulo Pimenta

As tradições de Viana do Castelo ainda são o que eram. Mas, aos poucos, como numa demorada degustação, o cepticismo desbocado dos vianenses tem dado lugar a uma segunda vida desses costumes, à reinvenção da filigrana, da joalharia e da gastronomia — e até há quem polvilhe os pratos com prata e ouro, certo chef Nita? —, à reinterpretação de materiais e até à assimilação de novas palavras no sotaque minhoto (cowork já é mais fácil de pronunciar, não é Dínamo 10?).

“A questão da tradição é fantástica, mas interessa-nos enquanto inspiração para novos fôlegos e novas áreas. Tínhamos uma geração que era muito respeitadora da tradição, mas que depois não conseguia dar a volta. E há uma nova geração. Há uma geração que saiu da cidade e que agora volta a Viana com uma vontade enorme de fazer coisas diferentes, com um olhar novo. E isso para nós é muito importante, é a forma mais duradoura e consistente de preservarmos a tradição”, explicou à Fugas Maria José Guerreiro, vereadora da Cultura da Câmara Municipal.

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Os muitos ângulos da cidade Paulo Pimenta

A tradição, a tal palavra “um pouco conotada ou encostada a qualquer coisa que faz parte do passado”, como sugere Maria José Guerreiro, surge com novas vestes, assim como o renovado conceito de território. “Continua a respeitar o passado e a preservar as tradições, mas não numa perspectiva de cristalização em que nada se faz, nada se toca, nada se transforma”, sublinha a vereadora responsável pelas pastas de Educação, Cultura e Turismo.

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A arquitectura contemporânea de Viana Paulo Pimenta

Se a crise “abalou bastante e fechou alguns espaços”, neste momento quem vive na cidade sente “um novo movimento ao nível dos espaços colaborativos e hubs criativos”, testemunha, sentada na esplanada do Café Girassol (construção de 1930 de estrutura vidrada e circular em pleno Jardim Público), Joana Carvalho, fundadora do Dínamo 10, na Rua do Trigo, número 55, uma morada conhecida de todos os que têm um projecto e procuram alicerces. Se durante a primeira vaga os estrangeirismos eram elementos estranhos no léxico da cidade, neste momento, e combatida a crise, “as pessoas estão abertas à colaboração”, reconhecem essas palavras difíceis e usam-nas em prol do desenvolvimento das suas ideias. “A tendência chegou à cidade”, afirma Joana, que durante a conversa mistura e repete até à exaustão as palavras “cidade”, “projectos” e “iniciativas”. “Sinto que agora há várias iniciativas na cidade, há muita gente com projectos muito interessantes que opta por ficar cá, inclusivamente pela proximidade ao Porto, que é o sítio onde acabam por ir divulgar e vender o seu trabalho. Mas Viana já é o centro de produção. As pessoas estão cá, estão a trabalhar com o mundo inteiro e conseguem tirar partido da cidade, da qualidade de vida que aqui têm e da proximidade a outros centros urbanos onde podem ir buscar inspiração e divulgar o seu trabalho”. Para além disso, Joana, arquitecta de formação e de profissão, no terreno desde 2007 com o seu Dínamo 10 — que actualmente se apoia em três áreas de acção (residencies, services e mentoring) complementadas por eventos, infra-estruturas e produtos, uma teia cada vez abrangente e compacta — nota “algum fluxo, ainda que reduzido”, de pessoas que querem morar em Viana e de “pessoas de Viana que querem ficar na sua cidade”. Está identificada “uma nova geração que está a voltar e que diz que não quer sair de Viana”, garante Maria José Guerreiro.

“Isto é qualidade de vida”

Iva é uma dessas pessoas, das que saiu de Viana para estudar e que voltou para uma cidade “fantástica” que lhe oferece “liberdade criativa total”. “Acho que é o ideal”, diz Iva, que se apresenta como duas pessoas numa só. “Iva, a remadora, é Correia, Iva, a artista, é Viana.” As suas duas paixões? O remo e o gesso. Remadora desde os 12 anos e atleta de alta competição durante alguns anos, Iva estudou na Faculdade de Belas Artes na Universidade do Porto e abriu na Meadela, com acesso privilegiado para a A28, o atelier de modelação de estuques onde desenvolve as suas peças, recuperando uma desaparecida herança vianense. As paredes estão repletas de mosaicos e placas de gesso ornamentado e o chão harmoniosamente atafulhado de tectos, de rosáceas gigantes, punhos cerrados, puzzles e caixas repletas de legumes de estuque. “Nunca perdi um cliente por ter o atelier em Viana. Toda a gente me pergunta ‘Porque é que não vais para o Porto ou para Lisboa?’ Tenho condições de trabalho incríveis”, responde à Fugas (sentada à mesa do espaço gourmet Mercado na Loja) a “estucadora, escultora, decoradora, artista (chamem o que quiserem)” Iva Viana, que foi “ficando cada vez mais cimentada” a uma cidade que também tem algo que atrai Iva Correia, actualmente vice-presidente do Centro de Remo, um dos quatro pontos cardeais do projecto âncora Centro de Mar, que inclui o Centro de Alto Rendimento de Surf, o Centro de Canoagem e o Centro de Vela, estruturas abertas aos programas escolares de Educação Física. “Voltei ao remo, comprei o meu barco e ao final do dia pego no meu barco e vou dar uma voltinha tranquila. É fantástico. Isto é muito difícil numa cidade com o Porto. E em Lisboa nem se fala, é praticamente impossível. Aqui demoro cinco minutos a chegar ao clube. Isto é qualidade de vida.”

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Iva saiu de Viana do Castelo para estudar e voltou para uma cidade “fantástica” que lhe oferece “liberdade criativa total” Paulo Pimenta

A ideia da cidade passa precisamente por “descobrir novos rumos”, como aponta a vereadora da Cultura, por “perceber o que é a tradição” e “recriar a tradição”, por “esbater a sazonalidade” (não apenas turística) que, como um foguete lançado ao ar, enche Viana no explosivo mês de Agosto e a faz desaparecer imediatamente depois. “A sazonalidade está a esbater-se. A procura da cidade já não está tão focada na altura das festas, das romarias e dos emigrantes”, aponta Maria José Guerreiro, para quem Viana passa a ser “fomentadora de novas áreas da economia”, como o design, a arquitectura, a escultura e até a joalharia contemporânea — história que o episódio Of Fire and Gold do programa Living It, da Euronews, contou recentemente a partir do caso de sucesso da artista Liliana Guerreiro, uma das primeiras designers em Portugal a usar a técnica “luxuosa e completamente manual” da filigrana; o canal televisivo apelidou Viana do Castelo de “the golden land” (“a cidade dourada”).

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O funicular de novo em acção Paulo Pimenta

“Viana ainda precisa de descobrir a sua cidade”, resume Maria José Guerreiro. “Há pessoas de Viana que nunca foram aqui e ali, nunca foram à descoberta do seu próprio espaço.” E há outras que sim — como teimosos cabeçudos, cheios de ideias. Como os jovens realizadores Miguel Figueiras, autor do filme O Alto do Minho (às tantas alguém profere: “O Minho tem uma força vital tão grande que, quando se vive lá algum tempo.. está-se sempre a querer sair daqui mas nunca mais se consegue viver sem vir cá... sempre”), e Miguel Arieira, que filmou em Perre À Portuguesa (“Um filme feito sem dinheiro que fala de uma festa sem dinheiro”); ou como João Gigante, que transforma em fotografias os gestos mais corriqueiros das gentes vianenses. A famosa capital do folclore quer agora afirmar-se como “um espaço criativo e contemporâneo”. E quer ter “casos flagrantes” dessa evolução. “Que Viana queremos realmente?”, questiona a vereadora. “Do ponto de vista da beleza da paisagem, a ideia do sol e mar está ultrapassada.” Por isso, a autarquia procura ter “um outro olhar para as outras estações”, para arquitectura contemporânea (lado a lado, a Biblioteca Municipal, desenho de Siza Vieira, e o Centro Cultural, projecto de Souto de Moura), para os mais de 300 quilómetros de trilhos (entre espaço urbano, rural e montanha), para os três percursos pedestres que revelam séries de azulejos ornamental-alegóricos, utilitários e pedagógicos, em revestimentos de fachadas e formando “tapetes” em espaços interiores (azulejos dos séculos XVI, XVII e XVIII, padrões de alto e meio-relevo, azulejos rectangulares “biselados”, frisos e painéis revivalistas e modernistas) e para o esforço de conservação dos monumentos naturais que compõem o Geoparque Natural (Alcantilado de Montedor, Canto Marinho, Pedras Ruivas, Ínsuas do Lima e Ribeira de Anha).

Viana nos cartões de memória

“Fãs de Viana na sua versão gorro e cachecol”, 12 instagramers perderam-se em Viana durante o fim-de-semana de 19, 20 e 21 de Janeiro (três dias que se prolongam no tempo através do hashtag #instaviana2018), procurando redescobrir o território através da fotografia, também ela um elemento de auto-estima.

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Madrugar com cabeçudos no Cabedelo Paulo Pimenta

Na manhã de sexta-feira já alguém raptava do armazém-que-ainda-não-é-museu os cabeçudos que serviriam de modelos na desconstrução das paisagens vianenses das cenas das próximas fotografias. “Temos 16 cabeças de cabeçudos. Também tenho dez pares de gigantones, mas cada um pesa 60/65 quilos e é preciso perícia para andar com eles horas e horas às costas. Escolham”, avisa José Elias. Escolhido. Do seu estaleiro saíram quatro cabeçudos, dois homens e duas mulheres.

O grupo, composto por nove criativos portugueses (@alexcoelholima, @diogolage, @_jessica_reis_, @jpaulopimenta, fotojornalista do Público, @martanferreira e @teresacfreitas mais os três elementos da organização @joao.bernardino @_bornfreee_ e @kitato, jornalista da Fugas e um dos vianenses que saíram de casa na década de 1990), dois espanhóis (@mctoro_o e @marchi3003) e um sueco (@locarl) e com uma audiência global de cerca de 800 mil seguidores no Instagram, arranjou espaço no funicular e em pouco mais de seis minutos fez o percurso de 650 metros (o maior de todos do país) num desnível de 160 metros entre o centro da cidade e o topo do monte de Santa Luzia, onde posou à la minute para a fotografia menos instantânea do fim-de-semana e subiu ao zimbório da Basílica de cara lavada para apreciar aquela que em 1927 foi considerada pela revista National Geographic como uma das mais belas vistas do mundo.

A outra maneira de fazer o cerco à cidade, sem sol, foguetes e festas, é no Inverno, quando o corpo pede sustento e calor e a paisagem oferece menos horas de luz — mas uma luz mais dramática, mais densa e enrugada. O grupo, como água onde cai azeite, espalhou-se sem rumo entre vielas estreitas e praças minúsculas, à escala de um tempo que já passou, seguindo o cheiro aceso a mar e a comida boa, seguindo as mais modestas capelas de pescadores e o rio (até ao Clube de Vela), onde se pesca o pôr do sol. Na memória, e nos cartões de memória, já está a lajeada Rua Roque de Barros, antiga Rua das Tripeiras, e o cruzamento mais estreito de Viana, o da Viela da Água com a Rua do Loureiro, sem tapetes de flores, mas com poças da chuva e vianenses reflectidos nelas — e mais o Beco do Penedo e o Beco do Miranda e a Viela de São Domingos.

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A criatividade do #instaviana2018 Paulo Pimenta

“Viana está a amadurecer”, anota Maria José Guerreiro. “Há vários gabinetes de arquitectura e de engenharia que estão a trabalhar na requalificação de edifícios antigos e isso nota-se. Quase não havia ninguém a viver no centro histórico. E hoje é quase impossível comprar casa lá. Foi muito rápido e recente.” Para além da reabilitação urbana, Joana Carvalho, responsável pelo Dínamo 10, acredita que o sucesso passa essencialmente pela criação de “dinâmicas culturais e artísticas” (o projecto independente Inauguro terá aí um papel importante) e pela “reabilitação das actividades urbanas”. Porque “não vale a pena reabilitar edifícios se não tivermos gente para os habitar”. Não há nem uma universidade nem uma discoteca (mas há bares e até há queixas de barulho à noite, sinal de cidade de barba rija). Falta o factor académico — que o Instituto Politécnico não colmata. “Falta-nos escala. As pessoas ainda vão ao Porto ou a Guimarães ver coisas.”

“Viana trabalha sozinha no Verão, mas precisa de um motor no Inverno e à noite”, resume Cândido Torres, 25 anos, recepcionista do Hotel Fábrica do Chocolate (edifício onde funcionou a Avianense, a mais antiga fábrica de chocolate de Portugal) e presidente do Grupo Folclórico e Etnográfico de Castelo do Neiva (GFECN), protagonista de uma sessão de fotografias na praia, manhã de sábado invernosa, pés descalços e piruetas na baixa-mar. “Viana, capital do folclore, é muito tradicional”, diz Cândido. “É uma cidade orgulhosa e as pessoas não se querem desprender disso. Não venham cá com inovações.” Só mais uma: o @gfecn no Instagram, o linho das branquetas a fundir-se com a neblina e o mar, a vara da jangada erguida até ao céu, as carrelas e as socas pousadas na areia molhada, o engaço, croque e foucinhão tagados.

Os 12 voltariam à praia fria e fotogénica na tarde desse mesmo sábado, aproveitando as comodidades do FeelViana, as quase anfíbias bicicletas todo-terreno e o conforto nórdico de um hotel que, aos poucos, também vai transformando a paisagem, enchendo a praia de turistas ávidos de desportos de acção (e de vento) e de vianenses, que se habituaram a usar o pontão e o areal como o seu parque da cidade — durante todo o ano.

Deitar cedo no sábado — apesar de se assinalar o 170.º aniversário da cidade — para acordar cedo no domingo e prestar homenagem à Ponte Eiffel, em funcionamento há 140 anos, posto de observação privilegiado para uma madrugada fotográfica e para ignorar avisos sérios (“Proibido circular a pé pela linha - sujeito a coima”). Fica o Lima, os barquinhos, atarefados com a sazonal pesca da lampreia, e a Capela de São Lourenço (com mais de 300 anos), isolada no areal da margem esquerda, à espera que a água a rodeie, à mercê dos disparos. Como o túnel de árvores que dançam na Avenida do Cabedelo, o #emptySádeMiranda (qual é coisa qual é ela cor-de-rosa por fora, vermelho e dourado por dentro?) ou as mil e uma subidas programadas à serra D’Arga — sozinho ou num meet, com cartas militares ou sem rumo, com cavalos selvagens a rasgar o nevoeiro cerrado ou com uma vista olímpica sobre a nossa cidade.

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