Centeno diz que resposta da Europa ao proteccionismo é mais competitividade

Presidente do Eurogrupo defende em Davos que “as guerras comerciais não são vantajosas para ninguém”.

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Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, está presente na edição deste ano do encontro de Davos LUSA/OLIVIER HOSLET

Com a política mais proteccionista dos Estados Unidos a dominar o debate em Davos, o ministro das Finanças português recusou no encontro de líderes políticos e económicos que se realiza esta semana na estância de Inverno suíça que a resposta europeia possa ser feita por via de retaliações, defendendo que o melhor é reforçar a competitividade da economia da zona euro.

Numa entrevista à Bloomberg realizada esta quarta-feira à margem do encontro de Davos, Mário Centeno disse esperar da intervenção que o Presidente dos EUA irá realizar amanhã um apelo a que a cooperação económica entre as economias europeia e norte-americana se mantenha e não um anúncio de políticas proteccionistas. “Estamos sempre preocupados com políticas proteccionistas, que eu não penso serem a melhor forma de conduzirmos as nossas economias. Temos de estar preparados para responder com os maiores níveis de competitividade possíveis da nossa parte”, disse o presidente do Eurogrupo.

Centeno disse ainda que retaliações por parte da zona euro não são a melhor solução. “As guerras comerciais não são vantajosas para ninguém. O que temos de fazer é prosseguir com a nossa agenda de reformas e tornar a economia europeia mais forte. Temos um mercado único de grandes dimensões, é mesmo o maior do mundo e temos de torná-lo ainda mais robusto”, disse.

Na manhã desta quarta-feira, nas vésperas da chegada de Trump a Davos, os secretários do Comércio e do Tesouro norte-americanos não deram sinais de que querer amenizar o clima de guerra comercial que se instalou, principalmente depois dos EUA terem anunciado na segunda-feira o agravamento das tarifas de produtos como máquinas de lavar e painéis solares. Wilbur Ross garantiu mesmo que novas medidas do mesmo tipo “estão a caminho”, afirmando que a diferença da actual situação com o que diz ser uma permanente guerra comercial no globo é que agora “as tropas americanas estão a chegar à linha de batalha”.

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