Pelo menos 14 capacetes azuis mortos em ataque na RD Congo
O porta-voz adjunto Farhan Haq disse que, além dos capacetes azuis mortos, pelo menos cinco soldados congoleses também morreram.
Pelo menos 14 capacetes azuis foram mortos e 40 outros ficaram feridos na quinta-feira num ataque no Leste da República Democrática do Congo, informou nesta sexta-feira um porta-voz das Nações Unidas.
O porta-voz adjunto Farhan Haq disse que, além dos capacetes azuis mortos, pelo menos cinco soldados congoleses também morreram.
Os capacetes azuis mortos ou feridos são, na sua maioria, do contingente da Tanzânia.
"É um ataque muito grande, certamente o pior na memória recente", disse.
O secretário-geral adjunto das Nações Unidas para as operações de paz, Jean-Pierre Lacroix, tinha adiantado anteriormente que o ataque tinha resultado na morte de um "grande número" de capacetes azuis, ferindo bastantes outros.
Jean-Pierre Lacroix adiantou no Twitter que o ataque ocorreu na noite de quinta-feira na província de Kivu Norte.
O responsável da ONU manifestou-se "indignado" com o ataque e revelou que estão em curso operações de assistência médica. Lacroix não fez referência aos autores do ataque.
A missão de paz da ONU no Congo é a maior do mundo, e visa controlar as acções de vários grupos armados em conflito numa das nações africanas mais ricas em recursos minerais.
No total, as Nações Unidas têm mais de 16.500 militares (capacetes azuis) destacados na RD Congo, bem como mais de 1350 polícias, provenientes de um total de 49 nações.
Portugal teve militares na RD Congo até 2013, mas numa Missão da União Europeia de Aconselhamento e Assistência em matéria de Reforma do Setor de Segurança (EUSEC RD Congo).
A ONU começou a missão de paz na RD Congo, um país do tamanho de toda a Europa Ocidental, em 1999, devido à guerra civil desencadeada na sequência do fim da era colonial. Desde então, os conflitos internos têm-se intensificado, por acção dos muitos grupos rebeldes que vão surgindo. Alguns deles até já conseguiram invadir a capital, Goma.
Actualmente os rebeldes da ADF constituem a maior ameaça para o país. As forças da ADF, segundo organizações dos Direitos Humanos, já mataram mais de mil pessoas nos últimos três anos.
Em 2006, a missão da ONU ajudou à realização das primeiras eleições livres em 46 anos. O vencedor dessas eleições, Joseph Kabila, tem vindo a entrincheirar-se no poder. As eleições presidenciais agendadas para o final do ano passado têm vindo a ser sucessivamente adiadas, gerando contestação entre os vários grupos da oposição.