Os pinguins-de-adélia passaram por mais uma época de reprodução "catastrófica"

Apenas duas crias sobreviveram numa colónia na Antárctica. O nível de gelo é demasiado alto para a época do ano, o que faz com que os progenitores tenham de percorrer maiores distâncias para procurar alimento.

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Reuters/© Reuters Staff / Reuters

Numa colónia no leste da Antártica, apenas duas crias de pinguins-de-adélia sobreviveram à época de reprodução. Todos os restantes morreram à fome, o que leva os especialistas a descrever este período como “catastrófico”.

Segundo a BBC, as mortes foram provocadas pelo nível de acumulação de gelo demasiado alto para esta época do ano. Isto significa que os progenitores são obrigados a percorrer maiores distâncias para procurar alimentos para as crias. A maioria não aguenta, no entanto, tanto tempo de espera e acaba por morrer.

Nos últimos anos, a taxa de mortalidade agora registada é apenas ultrapassada pelos dados de 2015, quando nenhuma cria sobreviveu nesta colónia.

A organização World Wide Fund for Nature (WWF), que tem monitorizado, em conjunto com cientistas franceses, a evolução das populações de pinguins desde 2010, diz que a proibição da pesca naquela zona acabaria com a concorrência pelos alimentos dos pinguins — o que, por sua vez, ajudaria à sua sobrevivência. “O risco de abrir esta área às pescas exploratórias, que iriam competir com os pinguins-de-adélia pelo alimento enquanto recuperam de duas épocas de reprodução catastróficos em quatro anos, é impensável”, disse Rod Downie, líder dos programas polares da WWF.

Esta proposta estará em discussão na próxima segunda-feira na Convenção para Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárcticos, que conta com 25 membros, entre os quais a União Europeia.

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