O novo álbum, o 11.º da carreira a solo, só chega em Novembro, mas Morrissey decidiu fazer-nos uma surpresa. Segunda-feira inaugurou a sua conta de Twitter e estreou-se com a mensagem “Passei o dia na cama” [“Spent the day in bed”, no original]. Mas não era do seu dia descansado que nos queria dar conta. Sabemo-lo porque, um dia depois, esta terça-feira, divulgou o primeiro single de Low in High School, o dito novo álbum.

Spent the day in bed é o seu título e, nele, Morrissey canta o bem que lhe soube o dia passado sem sair da cama – e exorta os ouvintes a deixarem de ver as notícias: “Because the news contrives to frighten you/ To make you feel small and alone”, canta o ex-vocalista dos Smiths quando ao piano eléctrico que dá mote à canção se junta a banda completa.

Como tem sido hábito nos últimos anos, Morrissey mantém-se controverso nas declarações públicas extra-musicais. Em Maio, após o ataque terrorista em Manchester no final de um concerto de Ariana Grande, que vitimou 22 pessoas, escreveu na sua página de Facebook um texto em que lamentava o discurso político que exorta as populações a não cederem ao medo – “os políticos dizem que não têm medo, mas eles nunca são as vítimas”. No texto, parecia ainda aludir à necessidade de o Governo britânico alterar a sua política relativamente à imigração, ainda que o bombista suicida responsável pelo ataque fosse um inglês, nativo da cidade, com 22 anos de idade.

A julgar pelo single agora avançado e pela capa, onde uma criança vestindo uma t-shirt com o nome do cantor segura um cartaz e um machado junto aos portões do Palácio de Buckingham (“Axe the monarchy”, lê-se no cartaz), Low in High School será um álbum de proclamações fortes do velho Moz – a BMG, que o distribuirá, escreveu quando foi anunciado que “captura o zeigeist de um mundo em constante mudança”. I bury the living, The girl from Tel-Aviv who won’t kneel” ou Who will protect us from the police são alguns dos títulos que encontraremos no sucessor de World Peace is none of your business, editado em 2014.

Com lançamento marcado para 17 de Novembro, o álbum será editado na mesma altura em que chegará às salas portuguesas o filme biográfico England is Mine, realizado por Mark Gill e estreado este Verão no Reino Unido. Antes disso, poderemos matar saudades dos Smiths: The Queen is Dead, álbum de 1986, o de There is a light that never goes out ou de The boy with the thorn in his side, será alvo de reedição luxuosa em Outubro.