Tropas do Iraque declaram fim do "califado" do Daesh depois de reocuparem mesquita de Mossul
A mesquita, destruída na semana passada, é não só um símbolo do anúncio do líder do Daesh mas também um monumento histórico do Iraque e do islão.
As tropas iraquianas dizem ter recuperado nesta quinta-feira a mesquita Al-Nuri em Mossul, onde fora anunciado o autoproclamado “califado” do Estado Islâmico, no Verão de 2014. A mesquita foi destruída pelo próprio Daesh na semana passada.
Segundo a Reuters, a reconquista da mesquita tem um peso simbólico para as forças iraquianas que tentam, há mais de oito meses, capturar Mossul, a segunda maior cidade do Iraque. "O estado fictício deles caiu", afirmou um porta-voz militar iraquiano, Yahya Rasool, à televisão pública iraquiana.
#IRAQI STATE TV: ''THE MYTH OF #ISIS CALIPHATE HAS FALLEN'' pic.twitter.com/2ZseR5mIau
— Iraqi Day ???? (@iraqi_day) 29 de junho de 2017
Há precisamente uma semana, o monumento com mais de 850 anos, com um distintivo minarete inclinad,o foi destruído à bomba pelo Daesh, naquela que foi consideradq pelo primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi como “uma declaração formal de derrota”. Isto porque foi nesta mesquita que o líder do Daesh, Abu Baqr al-Baghdadi proclamou um novo “califado” que se estendia pelo território da Síria e no Iraque - foi a sua primeira e única aparição pública.
“Teria sido um golpe para a propaganda [do Daesh] se a mesquita tivesse sido recapturada intacta”, comentou Hassan Hassan, co-autor do livro ISIS: Inside The Army of Terror [Daesh: Dentro do Exército do Terror] na altura, ao Washington Post.
First Video of #Iraq Counter Terrorism units inside Al-Nuri Mosque and Minaret Al-Hadbaa in #Mosul Old city. pic.twitter.com/Cluskcw6mP
— Iraqi Day ???? (@iraqi_day) 29 de junho de 2017
Os Estados Unidos e o chefe do Governo de Bagdad, Haider al-Abadi, garantem que foi mesmo o Daesh que explodiu o histórico minarete e o que restava da mesquita. É uma demonstração de que o grupo preferiu destrui-la a deixá-la intacta aos seus inimigos.
Esta mesquita é a mais histórica da Cidade Velha de Mossul, sendo também emblemática do Iraque e do islão, pelo que a sua destruição se traduz em mais uma perda do património cultural. A batalha foi lançada para reconquistar a Cidade Velha, única zona em que os jihadistas ainda se mantêm, depois de ter sido anunciado que é provável que o líder do Daesh tenha sido morto num ataque aéreo das forças russas, em Maio.