Facebook faz publicidade em jornais em papel britânicos para combater notícias falsas

Esta semana, jornais como o Times e o Guardian têm anúncios de página inteira com conselhos da rede social para os utilizadores.

Foto
O Facebook admitiu detectar vários exemplos de propaganda e notícias falsas com o objectivo de “promover a desconfiança nas instituições políticas” Reuters/REGIS DUVIGNAU

O Facebook comprou espaço publicitário nos jornais britânicos, numa tentativa de ensinar os utilizadores a não se deixarem enganar por notícias falsas antes das eleições gerais no Reino Unido.

A tempo da ida da população às urnas – dia 8 de Junho – jornais como o Guardian, Times, e Daily Telegraph dedicam, esta semana, uma página inteira aos conselhos do Facebook sobre como identificar uma notícia falsa. O mês passado, a rede social fez o mesmo na na Alemanha.

Manter o cepticismo é a mensagem principal: “Se as afirmações chocantes na manchete parecem inconcebíveis, provavelmente são” e “se mais nenhuma fonte noticiosa está a escrever sobre uma história, essa história pode ser falsa” são alguns dos conselhos nas páginas dos jornais. Uma das recomendações é ver se vários sites noticiosos corroboram os factos numa notícia suspeita.

Há cerca de 32 milhões de utilizadores do Facebook no Reino Unido. “O perigo é que o Facebook é a principal fonte de notícias para muitas pessoas e se a informação que elas conseguem no Facebook é maioritariamente falsa, podem votar com base em mentiras”, alertou o político inglês Damian Collins, em declarações ao Guardian.

Desde o final de 2016 que a rede social tem apostado no combate às notícias falsas. Tornaram-se tema quente na sequência do resultado do referendo britânico para decidir a permanência do Reino Unido na União Europeia, e da eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA.

Num relatório do mês passado, o Facebook admitiu detectar vários exemplos de propaganda e notícias falsas com o objectivo de “promover a desconfiança nas instituições políticas” e “espalhar a confusão”.

A colaboração com jornalistas é vista como essencial para evitar a propagação deste tipo de conteúdo: “Os profissionais de notícias são essenciais para a saúde das democracias. Estamos a trabalhar através do Projecto de Jornalismo do Facebook para ajudar as organizações noticiosas a manterem-se vigilantes sobre a sua segurança”, lê-se no relatório.

Além da aposta na imprensa tradicional para educar os utilizadores, a rede social também tem desenvolvido ferramentas para monitorizar utilizadores que publicam o mesmo conteúdo repetidamente, uma actividade comum em contas dedicadas à disseminação de notícias falsas. Segundo a rede social, já foram detectadas dezenas de milhares de contas falsas no Reino Unido desde que as medidas foram postas em práctica.

 

Sugerir correcção
Comentar