Escritores vão levar a lusofonia aos mais novos

Durante cinco dias, escritores lusófonos de livros para a infância e juventude andam pela Grande Lisboa a motivar crianças para a leitura. Ilustradores e contadores de histórias também dão uma ajuda. Preciosa.

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Marco Duarte/NFACTOS

Está a decorrer até dia 18 de Março o 3.º Encontro de Literatura Infanto-Juvenil da Lusofonia na Fundação O Século, em S. Pedro do Estoril. Depois de três dias de visitas de autores a escolas de Lisboa, Cascais, Oeiras, Sintra e Amadora, é tempo de os convidados se reunirem nesta quinta-feira na fundação e falarem do que melhor sabem: literatura para a infância e juventude. Em português.

“Estamos convencidos de que a língua portuguesa, falada por 300 milhões de pessoas no mundo, neste momento, calculando-se que serão 600 milhões no final do século, é um valor indispensável ao desenvolvimento cultural, científico e sócio-económico dos países que integram a lusofonia”, diz ao PÚBLICO o escritor José Fanha, que organiza o encontro. Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique e, claro, Portugal são os países representados.

O responsável pela vinda de autores africanos e brasileiros a Portugal não tem dúvidas: “A literatura infanto-juvenil é uma pedra fundamental na consolidação dessa maravilhosa construção que é a lusofonia.”

Fanha espera que os encontros “consolidem o papel destes escritores, que lhes permitam conhecer, que lancem bases para discutir caminhos e estratégias no desenvolvimento da promoção da leitura e do livro”. E deseja ainda “o reconhecimento pelas autoridades políticas da importância desta literatura”, sem deixar de lamentar a falta de apoio, “que tanto tem escasseado”.

Bibliotecas, edições e ilustrações

Na quinta-feira de manhã, o ex-Presidente da República Jorge Sampaio irá presidir à sessão de abertura do ciclo de debates, cujos temas agendados são “As bibliotecas escolares e o futuro da promoção da leitura”; “Caminhos para a literacia visual”; “Oratura e literatura na lusofonia”; “Os jovens escritores, as escolas e o mercado editorial”; “Edição, divulgação e comercialização dos livros infantis” e “A literatura para a infância e juventude como instrumento de consolidação da lusofonia”.

Pelo Auditório Comendador Rui Nabeiro irão passar os escritores Eliana Yunes, Flávia Lins e Silva e Clovis Levi (Brasil), José António Franco, Odair V. Rodrigues (Cabo Verde), Teresa Noronha (Moçambique), Ana Paula Tavares (Angola), António Torrado, David Machado, Isabel Zambujal, Rita Taborda Duarte e Luísa Ducla Soares (Portugal).

Sobre edição e comercialização irão falar os especialistas José Oliveira, Pedro Reisinho e Rita Cruz, no dia 17, às 11h30.

As ilustradoras Mafalda Milhões e Margarida Botelho irão orientar workshops para crianças e os narradores Rodolfo Castro, Luís Carmelo, Ângelo Torres e Sofia Freitas animarão as noites de quinta e sexta-feira. 

A Rede de Bibliotecas Escolares estará representada por Isabel Mendinhos, o Plano Nacional de Leitura por Fernando Pinto Amaral e a Sociedade Portuguesa de Autores por José Jorge Letria. Elísio Sumavielle, presidente do Centro Cultural de Belém e ex-secretário de Estado da Cultura, irá participar no debate “A literatura para a infância e juventude como instrumento de consolidação da lusofonia”, na sexta-feira, às 14h30.

Num espaço adjacente ao auditório, instalou-se uma tenda que acolhe uma feira de livros dedicados à infância e juventude, de dia 16 a 18, das 10h às 18h. Em português.

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