Yoko Ono ressuscita John Lennon
Hollywood prepara filme sobre a relação entre o ex-Beatle e Yoko Ono e o activismo a que o casal se dedicou entre 1968 e 1980.
Não, não se trata de um milagre ou de um novo feito da ciência. A imortalidade de John Lennon é garantida pela sua música ou, quando muito, pode ser recordada num filme como aquele que Hollywood está preparar. Ainda sem data de estreia, o projecto é já anunciado na Hollywood Reporter, reúne os esforços de Yoko Ono, do argumentista Anthony McCarten (The Theory of Everything) e do produtor Michael De Luca e, a julgar pelos depoimentos deste a várias publicações, focará a relação entre o ex-Beatle e Yoko Ono e o activismo a que o casal se dedicou entre 1968 e 1980.
Aguarda-se, portanto, um biopic com imagens de manifestações contra a Guerra do Vietname e a corrida ao armamento nuclear, entre outros ecos de uma época em que a participação e o protesto políticos encontravam nas ruas o seu lugar predilecto (embora a televisão já espreitasse). Quanto à história privada do casal, ainda é cedo para perceber como serão representadas as reacções dos fãs à união dos dois artistas, as críticas de Lennon a Paul McCartney ou os primeiros anos de Sean Lennon. E sobre os actores convidados, adiante-se, também não há notícias. Com duas coisas, os nostálgicos ou os meros curiosos poderão contar: este regresso cinematográfico é bastante oportuno (não há Nixon, mas há Trump), e a visão de Yoko Ono vai prevalecer. Resta saber se ao som de Imagine, se ao som de Why. A sonhar com a paz no mundo ou a antecipar o inferno.