Cartas ao director

Princípios para quê?

Sempre houve gente que nunca tem dúvidas e, com todas as certezas deste mundo, sabe o que fazer perante um determinado estímulo. É o raciocínio simples de que a uma causa só pode suceder um único efeito. Pode ser que a coisa resulte na Física mas, nas relações humanas, não é por haver tantos espíritos simplistas que o mundo anda tão torto. O problema é darmo-nos conta de que algum deles pode chegar a presidente dos Estados Unidos.

Donald Trump é um desses simplistas: a globalização é má, fecham-se as fronteiras; o Obamacare não lhe interessa, acaba-se com ele; o aquecimento global atrapalha os negócios dele ou dos amigos, decreta-se que não existe e que é uma invenção chinesa; os imigrantes e os refugiados são incómodos, expulsam-se e repelem-se.

A mais recente, contudo, é arrepiante: se a tortura funciona, por que há-de ser proibida? Se é útil, pois que se use. Princípios?

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

 

O Benny Hill americano

Lembram-se do maravilhoso humorista inglês Benny Hill? Adorava esse personagem pelo seu humor non-sense, mas finalmente surgiu um substituto, o hilariante Presidente dos EUA Donald Trump!

Entre várias frentes de combate global escolheu a China e o México. O México é um dos seus principais parceiros comerciais: 16% das exportações dos EUA (212 mil milhões de dólares) dirigem-se a esse país e  13,5% das suas importações (271 mil milhões de euros) tem essa origem. A balança comercial não está mal...Quanto à China, os chineses exportam para os EUA 423 mil milhões de euros (21% do total) e só importam  104 mil milhões (7,8%). Conviria um diálogo no sentido de equilibrar e nunca uma confrontação.

A denúncia do tratado comercial do Pacífico, que exclui a China, deixou o campo aberto ao grande país asiático para se afirmar naquela zona de enorme pujança ao deixar o seu lugar vazio os EUA empurraram a China para a liderança!

A construção do muro na fronteira entre o México e os EUA é a decisão mais hilariante. Só Benny Hill poderia pensar que é possível fechar hermeticamente um espaço de 3.500 Kms utilizado por drug dealers e contrabandistas de pessoas,.

Ezequiel Neves, Lisboa

 

O Pavilhão Carlos Lopes

São muito esperançosas as notícias de que o Pavilhão Carlos Lopes no Parque Eduardo VII irá reabrir a 18 de Fevereiro depois de mais de 12 anos encerrado.

Como eu, muitas pessoas têm grandes recordações deste espaço. Pelo inicio dos anos sessenta do século passado realizaram-se ali provas de divulgação de Judo, com o Mestre Kiyoshi Kobayashi, promovidas pelo Judo Clube de Portugal. Mas a minha maior recordação foi um festival – as 25 Canções de Abril. Corria o ano de 1977 e os registos que ainda existem estão na Cinemateca.

A noticia de recuperação deste emblemático espaço dá-nos esperança que o bom senso se estenda a outros complexos.  

Maria Clotilde Moreira, Rio Maior     

 

 

 

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