Olhei para o céu, estava cheio de fanis
A informação não resolve um problema quando o problema não é (realmente) falta de informação; e o apaziguamento não é solução quando o problema não é alarme.
Curioso número: no sentido estrito definido pela terminologia oficial, os ovnis existiram durante 69 anos. Nasceram em 1952, quando um capitão da Força Aérea dos EUA chamado Edward Ruppelt cunhou o acrónimo UFO (unidentified flying object) para designar objectos voadores não identificados (ovnis); e faleceram (#RIP) em 2021, quando as agências estatais americanas começaram a usar o acrónimo UAP (unidentified anomalous phenomenon) para designar “fenómenos anómalos não identificados” (aos quais, insisto, devemos todos chamar “fanis”). Ambas as alterações de vocabulário obedeceram ao mesmo impulso: injectar alguma legitimidade eufemística num conceito contaminado pelas associações embaraçosas que a etiqueta anterior acumulara (UFO veio substituir o menos sofisticado “disco voador).
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