Pátios e vilas municipais transformados em pólos de intergeracionalidade

A Câmara de Lisboa vai investir 8,5 milhões na requalificação de nove dos 34 pátios e vilas de que é proprietária.

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Depois de terem estado vários anos "sem destino", a vereadora da Habitação quer requalificar os antigos alojamentos operários Nuno Ferreira Santos

Depois de terem estado “sem destino durante muitos anos”, os pátios e vilas municipais de Lisboa vão ser objecto de um programa de requalificação. A filosofia da iniciativa, cuja primeira fase está orçada em cerca de 8,5 milhões de euros e vai abranger nove conjuntos habitacionais, passa por promover a intergeracionalidade nos antigos alojamentos operários.  

“Durante muitos anos estiveram num limbo. Nem tinham reabilitação nem eram demolidos”, lamenta a vereadora da Habitação e do Desenvolvimento Local da Câmara de Lisboa ao PÚBLICO, notando que essa situação se prolongou por “vários mandatos, de diversas forças políticas”. O resultado, diz, “é tenebroso para a cidade”, tendo vários dos pátios e vilas acabado por ficar devolutos, apresentando-se a quem vive junto a eles como “focos de insegurança” e “depósitos de lixo”.

De acordo com Paula Marques, o trabalho feito nos últimos meses permitiu concluir que há 34 pátios e vilas municipais, sendo que havia vários imóveis classificados erradamente como tal. “Reclassificámos, olhámos para os pátios e vilas e elegemos como passíveis de arrancar para requalificação nove”, sintetiza.

Esses conjuntos habitacionais, adianta a autarca, estão “dispersos na cidade”, localizando-se nas freguesias de Marvila, Beato, Estrela, Campolide, Campo de Ourique, Penha de França, Belém e Santa Maria Maior.

Paula Marques explica que um dos critérios para a escolha desses pátios e vilas foi a verificação de que eles tinham “viabilidade” e de que era possível requalificá-los, “mantendo a traça”. Para a decisão pesou também o facto de eles “estarem habitados, não estarem totalmente devolutos”.

A ideia da câmara é promover a instalação nos antigos alojamentos operários, cujos moradores actuais “são pessoas maioritariamente idosas e isoladas”, de jovens. “A filosofia é fazer um programa intergeracional do ponto de vista da convivência, porque um pátio tem naturalmente uma vizinhança diferente do que se vivermos por exemplo num condomínio”, resume.

Segundo a vereadora, a primeira fase deste programa implica um investimento que “não ultrapassa os 8,5 milhões de euros”, montante que está já consagrado no (ainda não aprovado) Orçamento do município para 2017. “Parece-me um valor bastante aceitável do ponto de vista de investimento público”, avalia Paula Marques.   

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