Governo britânico reúne-se para discutir estratégia do "Brexit"

Ministros eurocépticos divididos sobre a melhor forma de agir para levar o Reino Unido para fora da União Europeia.

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Theresa May e o seu Governo, na Stefan Rousseau/REUTERS

Theresa May reuniu os ministros mais directamente envolvidos no processo de saída da União Europeia (“Brexit”) na residência de campo dos primeiros-ministros britânicos, em Chequers, para discutir novas ideias para sair da UE mas manter o acesso do Reino Unido a áreas de interesse específico, como o sector financeiro.

“Não haverá tentativas de permanecer na UE através da porta das traseiras”, garantiu a primeira-ministra, “nem um novo referendo”, voltou a frisar. A reunião foi convocada para ouvir as sugestões que May tinha pedido aos ministros que formulassem antes das férias.

Desde a formação do Governo até agora, os principais responsáveis por reparar a saída do Reino Unido da UE terão tido tempo de entrar em confronto. Segundo o jornal Sunday Times, há uma vigorosa divisão de opiniões no Executivo de May.

O ministro das Finanças, Philip Hammond, um eurocéptico que fez campanha para que o país permanecesse na UE, defende que todas as opções devem continuar em aberto, incluindo a permanência no Mercado Único, ainda que isso signifique impor menos restrições à imigração.

Mas esta posição não é partilhada pelos três ministros com pastas mais directamente relacionadas com o “Brexit”, e que fizeram campanhas pela saída da UE, que defendem uma forma de saída mais clara: Boris Johnson, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Davis, secretário de Estado para a Saída da UE e Liam Fox, Secretário de Estado para o Comércio Internacional.

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Embora Bruxelas frise que o Reino Unido não deve esperar manter os benefícios de acesso aos mercados financeiros e ao comércio internacional se não respeitar a liberdade de movimento dos cidadãos, alguns negociadores britânicos esperam conseguir impor restrições à imigração e obter trocas comerciais com o Continente livres de tarifas.

Enquanto a estratégia britânica vai sendo delineada, a única coisa que permanece clara é que o artigo 50 do Tratado de Lisboa não será  accionado este ano. E, quando for accionado, Theresa May poderá fazê-lo sem pedir o aval do Parlamento primeiro, considerando que a capacidade de o fazer está incluida no leque de poderes executivos conferidos ao chefe de Governo, noticiava o Telegraph.

 

 

 

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