Arte contemporânea na terra do vinho
Exposição inaugural do Centro de Arte do Quetzal, na Vidigueira, apresenta obras de Robert Heinecken, Pat O’Neill e Trisha Baga.
Verdadeiramente, é já possível visitar hoje, e desde Junho, a exposição que inaugura o Centro de Arte Contemporânea do Quetzal, na Vidigueira. Mas a abertura oficial vai acontecer só a 7 de Setembro, altura em que a família holandesa De Bruin, proprietária da já renomada Quinta do Quetzal – produtora dos vinhos Quetzal e Guadalupe –, quer dar a conhecer a um núcleo mais alargado de visitantes o edifício recentemente concluído para acolher o novo projecto, bem como começar a revelar aquela que é considerada uma das grandes colecções de arte contemporânea em todo o mundo.
Robert Heinecken (1931-2006), fotógrafo e artista americano, Pat O’Neill (n. 1939), seu discípulo e um pioneiro do cinema avant-garde, e Trisha Baga (n. 1985), criadora de multimédia e vídeos 3D, são os artistas representados nesta primeira mostra do Centro de Arte Contemporânea do Quetzal, que tem como curadora Adeline de Bruin, filha do casal proprietário do empreendimento – Cees e Inge de Bruin vivem em Portugal há 40 anos, e Inge é directora de arte da Art Basel, na Suíça, considerada a maior feira de arte do mundo, além de board member do MoMA de Nova Iorque.
Esta é uma primeira escolha que, explica ao Ípsilon Joana Mexia de Almeida, directora do Centro, “quer não só agradar aos amadores mais informados sobre o mundo da arte mas também a um público mais abrangente e curioso”, além de pretender “testar a amostragem da arte contemporânea fora do contexto urbano”.
De Robert Heinecken, é exposta uma série de fotografias que mostra como este artista fez interagir “diversas técnicas de forma irreverente e com humor, criando métodos alternativos para gravar e reproduzir imagens”, explica o comunicado divulgado pelo Centro. Pat O’Neill – que, entre outros empreendimentos, fundou os Lookout Mountain Studios, onde foram criados efeitos especiais para a saga A Guerra das Estrelas – vai mostrar oito filmes e uma escultura. E Trisha Baga exibe também uma escultura e um filme.
Esta primeira exposição vai ficar patente até ao início do próximo ano, estando já agendada – mas no segredo dos deuses – a segunda mostra, a abrir em Fevereiro.
O Centro de Arte Contemporânea do Quetzal está instalado num edifício construído de raiz e projectado pelo arquitecto, entretanto já desaparecido, Filipe Nogueira Alves – o mesmo que há uma década desenhou a nova adega para a quinta que a família De Bruin adquiriu nesta região do Alentejo em 2001.
“Além dos vinhos, a Quetzal precisava de um elemento diferenciador dos cerca de 250 produtores que actualmente existem no Alentejo”, explica Joana Mexia de Almeida. O património artístico do casal é certamente uma mais-valia importante para marcar essa diferença.