Câmara de Lisboa acusada de precipitar obra a pensar nas eleições
Na origem das críticas do PSD e do CDS está a requalificação de Sete Rios.
A proposta da Câmara de Lisboa para a requalificação de Sete Rios foi aprovada mas não escapou às críticas do PSD e do CDS, que acusam o executivo de ter conduzido este processo de forma precipitada, com o objectivo de garantir que as obras estarão concluídas a tempo das próximas eleições autárquicas.
“Há claramente uma precipitação da câmara”, afirma o vereador do CDS, para quem tal resulta da “urgência que o presidente Fernando Medina tem no sentido de ter obra a apresentar em 2017”. João Gonçalves Pereira acrescenta que este não é um caso único, defendendo que também o projecto do chamado Eixo Central “foi feito à pressa, como toda a gente percebeu”.
A crítica do autarca centrista relativamente a Sete Rios é partilhada por António Prôa. “A proposta é precipitada e foi feita em cima do joelho”, diz o vereador do PSD, que considera que a solução preconizada pela câmara “não foi devidamente ponderada”. “O objectivo é claro: a obra estar concluída a tempo das eleições”, acusa.
Para João Gonçalves Pereira e para António Prôa, a precipitação de que falam é visível no facto de a proposta ter sido modificada desde 16 de Dezembro, dia para o qual chegou a estar agendada a sua apreciação em reunião camarária. “Houve uma alteração significativa do desenho rodoviário do projecto da semana passada para esta”, constata o vereador social-democrata, explicando que a alteração em causa “tem a ver com a circulação num dos topos da praça”.
Outro aspecto criticado pelos eleitos do CDS e do PSD é o facto de o parecer do Departamento de Tráfego do município só ter sido distribuído esta quarta-feira, momentos antes de ter início a reunião em que o assunto foi discutido. João Gonçalves Pereira fala ainda em “estudos feitos em cima da hora”, adiantando que as contagens para o estudo de tráfego foram realizadas no dia 11 de Dezembro.
“Esta obra vai ter um enorme impacto na cidade”, lembra o autarca, manifestando a sua preocupação com a possibilidade de as obras que vão ser feitas em Sete Rios se revelarem “muito negativas” para esta zona de Lisboa e para os munícipes.
Já Carlos Moura, do PCP, sublinha que esta praça “precisa de uma reabilitação urgente” e defende que a solução que vai ser posta em prática vai permitir “uma situação sem comparação possível com a existente”. Face a isso, o vereador votou a favor da proposta que prevê o lançamento de um concurso público para a concretização da empreitada, que tem um custo estimado de 5,1 milhões de euros.