Coligação PaF e PS estiveram numa arruada Baixa do Porto, mas nunca se cruzaram

Maioria PSD/CDS transportou apoiantes de Arcos de Valdevez, Braga, Povoa de Varzim, Marco de Canaveses, Felgueiras ou Trofa.

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Miguel Manso
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Paulo Pimenta
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A caravana da maioria PSD/CDS-PP jogou forte na arruada, mobilizando para esta acção apoiantes vindos dos Arcos de Valdevez, Braga, Póvoa de Varzim, Marco de Canaveses, Felgueiras e Trofa, mas os autocarros ficaram longe dos olhares dos jornalistas. Nas hostes da maioria o entusiasmo transbordava e as pessoas não se cansavam de gritar “maioria”, “maioria”, e “vitória, vitória”.

Mas na caravana socialista o ambiente era idêntico. “Vitória” e “maioria” eram também as palavras que os socialistas bradavam. Rodeado por um resistente cordão de segurança, António Costa tentava chegar a todos aqueles que o queriam cumprimentar e também àqueles que lhe pediam que, quando fosse primeiro-ministro, fizesse diferente daquilo que o actual Governo fez nestes quatro anos.

As arruadas faziam-se em tom de festa com os bombos e as concertinas a dar o mote e as pessoas deixavam-se levar pela onda eleitoral que termina domingo. A Praça da Batalha foi o local escolhido para a concentração das duas caravanas, mas o terreno estava bem definido. A entrada da praça, junto à Igreja de Santo Ildefonso, fora reservada para a coligação - a primeira a assomar a Santa Catarina. A partida estava prevista para as 17h, mas Passos e Portas chegaram com meia hora de atraso. Vieram juntos no mesmo carro, de cor escura, um VW Passat, espaçoso e com matrícula deste ano. Ironia das ironias, as duas letras da matrícula eram, imagine-se, PS.

Enquanto aguardavam pela chegada dos líderes da PaF, as pessoas foram-se concentrando entre a Praça da Batalha e o Café Magestic, o mais emblemático café da cidade. Alguns dos apoiantes da PaF mostravam ansiedade porque queriam cumprimentar Passos Coelho. Mas também havia gente que estava ali para zurzir no Governo da coligação. O eurodeputado do CDS, Nuno Melo, não escapou ao descontentamento de uma mulher que lhe disse, em tom crispado, que há quatro anos tinha dois empregos e hoje não tem nenhum. “Vocês querem é mamar à custa de todos nós e o responsável é esse Coelho”, atirou. Um apoiante da coligação de bandeira na mão empurrou-a e, por momentos, os dois trocaram algumas palavras mais azedas. O assunto ficaria resolvido pouco depois, com o anúncio de que Passos e Portas estavam a chegar.

Devido à muita confusão que se gerou foi difícil a Passos Coelho e Paulo Portas conseguirem cumprimentar os apoiantes. Ao som de gritos de "maioria", "vitória" e "Passos amigo, o Norte está amigo", os dois governantes caminharam ao longo de Santa Catarina tendo a seu lado figuras dos dois partidos, como Marco António Costa, Virgílio Macedo, Nuno Melo, José Pedro Aguiar-Branco, cabeça de lista pelo Porto, e Pedro Mota Soares, o primeiro candidato do CDS. O líder do PSD congratulou-se com o facto de haver muita gente na arruada e Aguiar-Branco atirou com " o Porto, é assim, o espírito vencedor da mui nobre e invicta cidade".

A caravana socialista começava a fazer o seu caminho perto das 18h em direcção à Rua de Santa Catarina, quando a da PaF estava já na Praça D. João I, onde realizou um comício. Acreditando que a vitória ainda é possível, os socialistas não regatearam apoios ao líder do PS, que seguia na companhia de Rosa Mota, mandatária distrital da candidatura, e de Alexandre Quintanilha, cabeça de lista do PS pelo Porto. Os vereadores Manuel Pizarro e Carla Miranda, os eurodeputados Elisa Ferreira, Francisco Assis e Carlos Zorrinho, as deputadas Luísa Salgueiro e Isabel Santos, os líderes da distrital e da concelhia, José Luís Carneiro e Tiago Barbosa Ribeiro, respectivamente, e ainda José Lemos, director de campanha, e Castro Fernandes, ex-presidente da Câmara de Santo Tirso, também marcaram presença,

Rosa Mota, Elisa Ferreira e Luísa Salgueiro foram distribuindo rosas ao longo da arruada. Poucos metros depois de ter começado, um jovem furou o cordão de segurança e pediu a Costa que lhe autografasse o livro Quem disse que era fácil?, uma biografia não autorizada do secretário-geral do PS. Poucos metros à frente um homem de meia-idade abraçou-o e disse-lhe: “No domingo vai ser feita justiça”. Momentos antes, um apoiante tinha declarado que estas eleições são como um melão. “Só no domingo é que se vai abrir”. A arruada prosseguiu animada ao som de palavras de ordem como “Costa vai em frente tens aqui a tua gente”, “Costa amigo o Porto está contigo” e “O povo vai votar e o Costa vai ganhar”.

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