Caso de poliomielite no Mali preocupa OMS

Criança oriunda da Guiné-Conacri desenvolveu poliomielite no Mali. Organização Mundial da Saúde preocupada com vulnerabilidade à poliomielite dos países fustigados pelo vírus do ébola.

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Nas últimas décadas, a vacinação erradicou a doença na maioria dos países Nichole Sobecki/AFP

Os primeiros testes feitos pelas autoridades na capital do Mali, Bamaco, mostraram que a criança de 19 meses ficou paralisada a 20 de Julho, sete dias após de ter sido levada para a capital para um tratamento. O tipo do vírus é o mesmo que foi detectado em Siguiri, no centro da Guiné-Conacri, em Agosto de 2014.

O caso de poliomielite no Mali, causado pelo tipo 2 do vírus da poliomielite, é o segundo revés na luta pela erradicação desta doença em apenas uma semana, depois de a OMS ter divulgado a existência de dois novos casos de poliomielite na Ucrânia.

“O risco da poliomielite se espalhar é considerado alto tanto na Guiné-Conacri como no Mali, devido às baixas percentagens de vacinação nos dois países”, disse Cory Couillard, porta-voz da OMS, à agência Reuters. “Os dois países estão a tomar respostas coordenadas de emergência para acabar com o surto rapidamente.”

Os casos do Mali e da Ucrânia foram originados por vírus derivados das vacinas, o que significa que o vírus se espalhou após ser excretado pelas pessoas que tinham sido imunizadas com a vacina oral da poliomielite, que é composta pelo vírus enfraquecido mas ainda vivo. 

Os surtos de poliomielite derivados de vírus administrados nas vacinas são raros, mas têm maior probabilidade de ocorrerem em países com sistemas de saúde frágeis e onde a cobertura da imunização é baixa.

Na Guiné-Conacri, a cobertura de vacinação baixou de 63% para 42% em 2014, numa altura em que a epidemia do vírus do ébola causou o caos no já de si fraco sistema de saúde nacional. No Mali, pelo contrário, a vacinação na poliomielite foi de 84% em 2014, nos anos anteriores tinha sido apenas de entre 72 e 77%.

Não há cura para a poliomielite, que pode causar paralisia poucas horas depois das infecções. A doença afecta, na maior parte das vezes, crianças com menos de cinco anos em países com falta de higiene. Uma campanha global de vacinação travou o vírus em quase todo o mundo, e só o Paquistão e o Afeganistão é que continuam com casos endémicos.

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