Ouvir José Afonso em terras de Björk

As canções de José Afonso vão ouvir-se na Islândia, no Festival Folk Music, a 3 de Julho. Irá cantá-las João Afonso, seu sobrinho, com Filipe Raposo ao piano.

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João Afonso vai cantar José Afonso na Islândia Augusto Brázio

Começou por ser um recital, há vários anos, apresentado dentro e fora de fronteiras, depois foi editado em disco, em 2009, e mais tarde voltou aos palcos na sua forma inicial, com o título Um Redondo Vocábulo. João Afonso recriou, com arranjos do pianista Luís Lucas, canções e prosemas, mas do repertório menos óbvio de José Afonso. “A nossa ideia”, disse ele à data, em entrevista ao PÚBLICO, “foi mesmo fugirmos às canções mais emblemáticas e se calhar mais datadas para, dessa forma, tentarmos fugir a uma leitura que às vezes é um bocado redutora da obra do meu tio.” Agora, esse mesmo projecto é retomado mas com o pianista Filipe Raposo, também ele compositor e já com dois discos gravados.

O espectáculo integra-se no Festival Folk Music, que decorre de 1 a 5 em Siglufjörður, e será apresentado na igreja local no dia 3, pelas 20h. O recital, a convite do Centro de Música Folk da Islândia e realizado com o apoio da Embaixada de Portugal, é para João Afonso também uma estreia, pois é a primeira vez que se apresenta naquele país.

No libreto que será distribuído em Siglufjörður, com texto (traduzido para inglês) de António Jacinto Pascoal, o concerto é subtitulado “Political and love songs from Portugal – a tribute to the songwriter José Afonso”. Entre as canções que ali serão apresentadas (cujas letras foram incluídas no libreto em português e em inglês) encontram-se Pombas brancas, Já o tempo se habitua, Cantiga do monte, Ó ti Alves, Lá no Xepangara, Era um redondo vocábulo, Que amor não me engana, A presença das formigas, Com as minhas tamanquinhas, De não saber o que me espera, Verdade e mentira, De sal de linguagem feita, Canção da paciência, Fui à beira do mar e Bombons de todos os dias.

João Afonso tem seis discos gravados a solo: Missangas (1997), Barco Voador (1999), Zanzibar (2002), Outra Vida (2006), Um Redondo Vocábulo (2009) e Sangue Bom, só com canções escritas a partir de poemas de Mia Couto e José Eduardo Agualusa (2014). Filipe Raposo, que integrou projectos como os Tora Tora Big Band, tem dois discos gravados em nome próprio: First Falls (2011) e A Hundred Silent Ways (2013).

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