Vice-presidente da Comissão pede salários em linha com a produtividade
Valdis Dombrovskis diz que descida da TSU “não vai contra o pensamento da Comissão”, mas que é preciso verificar impacto no orçamento.
De visita a Portugal durante esta sexta-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia encarregado das questões relacionadas com o euro, esteve na Assembleia da República, reuniu-se com a ministra das Finanças e o ministro do Trabalho e encontrou-se com parceiros sociais e economistas (incluindo Mário Centeno). Numa conversa com um grupo de jornalistas, defendeu que Portugal “é um exemplo de que as reformas funcionam”, salientando que “a economia está a crescer e o desemprego a descer”. No entanto, salientou, “nem tudo está feito”.
Uma das preocupações de Dombrovskis está no mercado de trabalho. Embora tenha afirmado que os desenvolvimentos a este nível, incluindo o aumento realizado no salário mínimo, “estão em linha com o que a Comissão Europeia recomenda”, o vice-presidente diz que agora “é importante monitorizar os desenvolvimentos, não permitindo que se repitam os problemas do passado”. E o que é que isto significa? Que os aumentos salariais, incluindo nos níveis mais baixos de rendimento, têm de ser moderados, ficando em linha com o que forem os acréscimos registados ao nível da produtividade.
Ao mesmo tempo, Dombrovskis salientou que a Comissão Europeia defende à escala do continente uma redução da fiscalidade que incide sobre o salário. E, por isso, diz que uma eventual descida da TSU “não vai contra o pensamento da Comissão”. No entanto, salienta, “tem de se ver como é que isso está em linha com os objectivos de consolidação orçamental”.
No que diz respeito ao orçamento, nomeadamente ao objectivo de défice de 2,7% para este ano (a Comissão aponta para 3,1% se não forem tomadas mais medidas), Valdis Dombrovskis diz que o Governo “mantém o compromisso de fazer tudo o que for preciso” para garantir que o país sai do procedimento por défice excessivo este ano. “A diferença entre as estimativas do Governo e da Comissão é ultrapassável”, disse.