Faustin Linyekula é o Artista na Cidade 2016
O artista congolês vai trocar o Congo por Portugal, onde apresentará e desenvolverá espectáculos em diferentes salas e espaços de Lisboa.
Em 2016, o bailarino, coreógrafo e encenador Faustin Linyekula vai ser lisboeta. Linyekula vai trocar o Congo por Portugal, onde apresentará alguns dos seus espectáculos em diferentes salas e espaços da capital. O congolês é ainda desafiado a criar novos projectos com artistas, estudantes e habitantes de Lisboa.
A bienal Artista na Cidade reúne todas as edições várias estruturas e entidades culturais que, em conjunto, apresentam ao público uma grande diversidade de propostas de um único artista estrangeiro. O projecto procura não só apresentar obras existentes, como dinamizar colaborações entre artistas e organizações lisboetas e o artista convidado.
Em Lisboa, Linyekula terá como parceiros, além da Câmara de Lisboa e da EGEAC (a empresa municipal que gere os equipamentos e a agenda cultural da autarquia), o alkantara festival, o Centro Cultural de Belém, a Companhia Nacional de Bailado, a Culturgest, o Festival Temps d’Images, a Fundação Calouste Gulbenkian, os teatros municipais Maria Matos e São Luiz e o Teatro Nacional D. Maria.
Portugal, e Lisboa especificamente, não é um lugar estranho a Faustin Linyekula, nascido em Ubundu, no antigo Zaire, em 1974. O bailarino, coreógrafo e encenador estreou-se na cidade em 2003 e desde então tem apresentado por cá vários dos seus projectos. A última passagem por Lisboa do congolês, cuja área de trabalho se divide entre a dança e o teatro, incorporando nos seus projectos campos artísticos como a música e o vídeo, foi no ano passado com Le Cargo, espectáculo que apresentou no São Luiz no âmbito do alkantara.
O seu percurso inclui uma dezena de criações que foram apresentadas no mundo inteiro, incluindo colaborações com a Comédie-Française, Raimund Hoghe e Ballet de Lorraine. No seu trabalho, aprofunda temas ligados à história do seu país e às suas vivências pessoais como contador de histórias: a memória e o esquecimento, a censura e o esclarecimento, o paradigma pós-colonial.
Nos últimos anos, Linyekula tem desenvolvido um trabalho de proximidade com artistas e comunidades menos favorecidas e mais afastadas das artes. Em 2006, criou na cidade de Kisangani, no Congo, o centro de residência Studios Kabako, com o objectivo de dinamizar a formação, a criação e o intercâmbio internacional. O projecto Pamoja, criado pelos seus estúdios e apoiado pela União Europeia, desenvolve a colaboração e o intercâmbio entre três países da região: Congo, Moçambique e Senegal.
Em 2007, Faustin Linyekula foi distinguido com o Prémio Principal do Prince Claus Fund for Culture and Development.