Vulcão chileno acorda cinco décadas depois da última erupção

Mais de quatro mil pessoas retiradas devido à erupção do vulcão Calbuco, situado 1000 km a sul de Santiago do Chile.

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A autoridade nacional de emergência do Ministério do Interior e da Segurança Pública do Chile declarou um alerta vermelho e ordenou a retirada dos cerca de 4483 habitantes da região, decretada “zona de catástrofe” pouco depois da erupção do vulcão, de 2000 metros de altura. O ministro do Interior, Rodrigo Penailillo, já veio aconselhar as pessoas afectadas a “permanecerem calmas e a manterem-se informadas”, como relata a BBC. Mahmud Aleuy, seu subsecretário, reportou esta manhã o desaparecimento de um jovem de 21 anos, que foi entretanto resgatado com vida, pelas equipas de emergência.

Mais de 200 desalojados foram recebidos em 12 locais preparados para os receber, enquanto os restantes ficaram em casa de familiares e amigos.

“Nunca tinha visto isto antes, assustei-me tanto que toda a gente começou a correr e juntar água e eu não sabia o que fazer”, relatou uma habitante da vila de Enseada, à televisão pública britânica, não escondendo o pânico que sentiu no momento da erupção e que a levou a temer pela sua vida. Após o primeiro susto, os habitantes das vilas da região organizaram-se e preparam-se para evacuar as suas casas, com a ajuda e a supervisão das autoridades chilenas. Na manhã desta quinta-feira os supermercados da região encheram-se e verificou-se uma adesão em massa às bombas de gasolina, provocando o caos nas principais localidades chilenas da província de Llanquihue.

Puerto Montt e Puerto Varas, em estado de alerta, ficaram cobertas por uma intensa camada de cinza. O vento forte que se fez sentir após a erupção empurrou a nuvem de fumo em direcção às cidades argentinas de Bariloche, Villa la Angostura e San Martín de los Andes, do lado oriental da cadeia montanhosa dos Andes, tendo provocado o mesmo cenário.

Gabriel Orozco, um vulcanologista chileno, citado pela agência Reuters, alerta que nestas situações, por causa da elevada altura da coluna de fumo, o maior risco será se esta “colapsar devido ao seu próprio peso, provocando um fluxo piroclástico”, uma corrente superaquecida de gases e rochas que “destrói tudo no seu caminho, a uma velocidade de 200 a 300 km por hora”.

O Serviço Nacional de Geologia e Minérios diz que a "erupção perdeu energia, mas os níveis de perigo mantêm-se". As autoridades estão a monotorizar as 15 fontes de água potável da zona de catástrofe.

Depois da Indonésia, o Chile tem a segunda maior cadeia de vulcões do mundo, com cerca de 500 potencialmente activos. A erupção desta quarta-feira do vulcão Calbuco atingiu as mesmas proporções de uma outra, registada em 1961.

A Presidente do Chile, Michelle Bachelet, já está na região afectada.



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