Inspector da PJ acusado de envolvimento em fraude de 6,6 milhões de euros
O Ministério Público decidiu acusar os suspeitos, cinco dos quais em prisão preventiva, da prática de diversos crimes: associação criminosa, branqueamento, fraude fiscal qualificada, corrupção activa, receptação, falsificação e detenção de arma proibida.
Entre os 30 arguidos, além do inspector da judiciária, está o então presidente da Associação de Comerciantes de Ourivesaria e Relojoaria do Sul (ACORS), Paulo Martinho, também ele a aguardar o julgamento em prisão preventiva.
De acordo com a PGDL, o grupo adquiria peças em ouro através de lojas próprias, e de fornecedores espalhados pela zona da Grande Lisboa e Alentejo, sem proceder à respectiva declaração fiscal e à comunicação, obrigatória, à Polícia Judiciária.
As peças de ouro eram depois fundidas e transformadas em barras, que eram transportadas de avião pelos arguidos e vendidas na cidade de Antuérpia, na Bélgica. Mais tarde, o grupo decidiu fazer o transporte de barras em ouro através de uma empresa especializada, por questões de segurança.
Segundo revela a PGDL, a organização terá vendido mais 1.600 quilos de barras de ouro na Bélgica, o que representa mais de 61,9 milhões de euros, e o valor da fraude está calculado em 6,6 milhões de euros.
O grupo foi desmantelado em Março do ano passado, apesar de a investigação da Polícia Judiciária de Setúbal já decorrer há mais de um ano.
De acordo com a PGDL, os valores apreendidos em dinheiro (euros e moeda estrangeira), ouro, prata e diamantes, automóveis, barcos de recreio, ascendem a mais de 3,5 milhões de euros.