E, de repente, a Sauber passou a ter três pilotos oficiais

A um dia do arranque do Mundial de Fórmula 1, o recurso da equipa suíça no processo judicial interposto por Van der Garde foi rejeitado.

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Mal Fairclough/AFP

Vamos por partes. Van der Garde, que chegou à Fórmula 1 em 2012 pela mão da Caterham, foi o eleito, em 2014, como piloto de testes da Sauber. Ao que tudo indica, os patrocinadores e os apoios que conseguiu eram generosos e a escuderia suíça, que enfrentou sérias dificuldades financeiras, viu com bons olhos a sua chegada.

No acordo firmado entre as partes terá, porém, ficado estabelecido que o holandês seria promovido a piloto oficial para a época de 2015, algo que não veio a confirmar-se. Na verdade, a Sauber recrutou o brasileiro Felipe Nasr (que arrastou consigo um avultado contributo do Banco do Brasil) e o sueco Marcus Ericsson (apoiado por multinacionais suecas), deixando de fora Van der Garde.

Inconformado, o holandês decidiu avançar para a justiça. Depois de recorrer a um tribunal suíço, viu, na quarta-feira, o Supremo Tribunal de Victoria dar-lhe razão, decisão que obrigou a Sauber a recorrer de imediato. O resultado desse recurso foi divulgado nesta quinta-feira e foi novamente favorável ao piloto, que deverá ser ressarcido dos custos legais e reintegrado nos quadros da escuderia.  "O recurso é rejeitado porque não vemos encotramos qualquer erro na sustentação da decisão do tribunal", vincou o colectivo de juízes, em Melbourne.

À saída do tribunal, Giedo van der Garde foi sintético: "A Sauber terá de trabalhar connosco agora. Não há outra via". Segundo o advogado do holandês, o incumprimento desta decisão levará à penhora de diferentes bens da equipa, incluindo os monolugares que já estão prontos para competir na Austrália.

O próximo passo da Sauber é ainda uma incógnita. Se, por um lado, a equipa está obrigada a reintegrar Van der Garde, por outro, a decisão surge em cima do início da época e sem que o holandês possua ainda a super-licença de que necessita para competir no Mundial.

Os argumentos dos directores da equipa suíça, porém, têm ido mais no sentido da segurança. Antes de conhecida a decisão do tribunal, Monisha Kaltenborn sublinhou que fazer alinhar o holandês de uma forma tão precipitada não seria sensato. "Não podemos pôr em causa a segurança da equipa, nem a de nenhum outro piloto em pista, ao utilizarmos um piloto impreparado num carro que foi desenhado à medida de dois outros pilotos".

 

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