Finalmente chegámos a Ceres
Também anda por aí no espaço um asteróide chamado Portugal, descoberto em 1986.
É entre Marte e Júpiter, que encontramos a famosa cintura de asteróides, uma vasta população de corpos rochosos demasiado pequenos para serem considerados planetas. Estes mundos falhados, que não puderam crescer para formar um pequeno planeta rochoso, espalham-se na cintura como fragmentos de um mundo antigo despedaçado por uma qualquer catástrofe cósmica e povoam principalmente a zona da cintura, embora seja possível encontrar asteróides fora desta região.
O tamanho destes corpos é muito variável, havendo asteróides com várias centenas de quilómetros de diâmetro e outros com o tamanho de calhaus apenas. O primeiro foi descoberto em Janeiro de 1801, pelo astrónomo italiano Giuseppe Piazi e chama-se Ceres. É o maior asteróide da cintura com mais de 900 quilómetros de diâmetro. E é este asteróide que estamos agora a poucos dias de visitar pela primeira vez, graças à sonda Dawn da NASA, que entrou em fase de aproximação a Ceres ou, melhor dizendo, a um planeta-anão nunca antes observado por uma sonda da Terra.
Com o seu sistema de propulsão iónica, a sonda vai entrar em órbita em torno de Ceres a 6 de Março, ficando por lá 16 meses para percebermos melhor a sua origem e evolução. É um grande acontecimento na exploração planetária e as primeiras imagens que já recebemos mostram um mundo redondo com dois pontos brilhantes, que ninguém sabe o que é! Todavia, é a primeira vez que estudamos de perto um planeta-anão. A segunda vez será em Julho deste ano, quando uma outra sonda da NASA passar muito perto de Plutão.
Mas, voltando aos asteróides, conhecemos finalmente o maior deles. Era uma chegada esperada há muito. Também anda por aí no espaço um asteróide chamado Portugal descoberto em 1986, mas esse ninguém quer conhecer de perto!
Divulgador de ciência