Proença de Carvalho diz que Sócrates não lhe pediu para o defender

“Não somos nós que escolhemos os clientes. Os clientes é que nos escolhem a nós”, observa advogado

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Daniel Proença de Carvalho Enric Vives-Rubio

Sócrates está a ser acompanhado pelo advogado João Araújo, cujas atitudes excêntricas no Campus de Justiça, onde o juiz Carlos Alexandre tem interrogado este e os outros três arguidos do caso, têm dado que falar. “Nem sequer fomos contactados para representar José Sócrates”, assegura Proença de Carvalho, afirmando, porém, que o ex-primeiro-ministro continua a ser seu cliente em vários outros casos – nos quais é queixoso, e não suspeito. Muitas destas acções são contra órgãos de comunicação social.

“Não vou renunciar à procuração de José Sócrates nesses casos”, diz o advogado, sem se alongar sobre as razões pelas quais o ex-líder do PS não terá recorrido desta vez a ele. “Não somos nós que escolhemos os clientes. Os clientes é que nos escolhem a nós”, remata.

No primeiro dia de interrogatórios, sábado João Araújo, de 65 anos, identificou-se aos jornalistas como “advogado estagiário”, tendo usado a expressão “azarucho” quando se pronunciou sobre a falta de informação prestada à comunicação social neste caso. E disse ainda que daquilo que precisava era de “sopas e descanso”, queixando-se de ter “problemas sérios e complicados”.

Ontem solicitou ajuda aos profissionais da comunicação social que se encontravam no tribunal para encontrar o carro, estacionado nas imediações, e pediu-lhes para não o filmarem a entrar no veículo:  “Fico ridículo porque sou gordo e o meu Smart é pequenino”.

Apesar destas tiradas, há colegas que reconhecem o grande mérito profissional de João Araújo. O juiz Rui Rangel também destacou ontem, num comentário televisivo, a competência do advogado.

 

 

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