Partidos fazem na quarta-feira ponto de situação dos trabalhos da comissão de inquérito ao BES

PCP requereu reunião de coordenadores com urgência.

Foto
Fernando Negrão (PSD) disse ainda não ter sido formalmente informado dos nomes indicados pelos partidos. Daniel Rocha

De acordo com a página da Assembleia da República na Internet, a reunião da mesa da comissão e dos deputados coordenadores decorrerá às 14h de quarta-feira.

O PCP, pelo deputado coordenador Miguel Tiago, pediu hoje ao presidente da comissão, Fernando Negrão, uma reunião "com carácter de urgência" da mesa e dos coordenadores para agilizar calendários.

"Julgamos ser necessário ponderar sobre as condições actuais [dos trabalhos], dada a falta de documentação, bem como a proximidade das primeiras audições confirmadas pelo presidente [da comissão]", diz o PCP, num requerimento a que a Lusa teve acesso, advogando ser necessário consultar com o "tempo devido a documentação solicitada" pela comissão junto das diferentes entidades.

A comissão de inquérito parlamentar à gestão do BES e do GES foi proposta pelo PCP e aprovada por unanimidade dos partidos.

No total, o PSD tem sete deputados efectivos na comissão de inquérito, incluindo o presidente, Fernando Negrão, o PS tem cinco parlamentares, PCP e CDS dois e o BE um.

A primeira audição está agendada para a próxima segunda-feira e o primeiro lote de audições contemplará figuras ligadas à supervisão e regulação, casos do Banco de Portugal (Bdp), da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), do actual vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e ex-governador do BdP, Vítor Constâncio, e do regulador dos seguros.

No total serão ouvidas cerca de 130 personalidades, entre figuras da política, das empresas e elementos da família Espírito Santo.

A 3 de Agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição.

No chamado banco mau (bad bank), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.