Passado recente da Albânia mostra motivos para desconfiar
Um empate e um triunfo obtido apenas no tempo de compensação é o saldo de Portugal nos dois últimos jogos realizados contra o adversário de amanhã no arranque da qualificação para o Europeu de França.
Ninguém espera que a Albânia se qualifique, mas os últimos exemplos indicam que pode ser um problema para os favoritos mais distraídos. Exceptuando um 4-0 com a Argentina (2011) e um 4-1 com a Suécia (2009), não há derrotas pesadas no currículo recente da nação balcânica. Recue-se, por exemplo, até 2008 e 2009, anos da qualificação para o Mundial 2010. Em Braga, Portugal não foi capaz de lhe marcar um golo (0-0) e em Tirana foi só nos descontos que Bruno Alves arrancou o triunfo (1-2).
Na qualificação para o Mundial 2014, não escapou ao penúltimo lugar, mas derrotou em casa a Eslovénia, o Chipre e ganhou na Noruega, somou 11 pontos e teve uma diferença de golos negativa de apenas -2. A Grécia ou a Rússia são outras das selecções que já perderam jogos oficiais para a Albânia neste século.
Mas, obviamente, Portugal tem obrigação de ganhar o jogo de amanhã. A conquista da Taça dos Balcãs de 1946 é a grande referência no currículo da selecção albanesa, que terminou em penúltimo ou último em 19 das 21 qualificações realizadas em Europeus e Mundiais e foi antepenúltima nas outras duas.
Apesar de as vitórias não serem frequentes (26 em 177 jogos de qualificação), talvez o resultado mais chocante de sempre da Albânia tenha sido um empate. Em 1967, um 0-0 em Tirana afastou a então vice-campeã mundial RFA do Euro 1968, a única vez que a Alemanha não teve sucesso nas qualificações para Europeus ou Mundiais em que participou.
Apenas quatro dos 24 jogadores chamados pelo italiano Gianni De Biasi para preparar o jogo com Portugal actuam no campeonato albanês. O experiente capitão Lorik Cana é uma das principais referências da equipa. Este defesa-central da Lazio, que também pode actuar como médio-defensivo, já soma 76 jogos pela Albânia, uma selecção com uma presença muito forte de jogadores nascidos no Kosovo e naturais ou criados na Suíça. O guarda-redes Etrit Berisha, também da Lazio, e o médio Ergys Kaçe (PAOK) também merecem destaque, assim como o defesa-esquerdo Elseid Hysaj (Empoli). Taulant Xhaka, lateral-direito ou médio do Basileia e irmão do internacional suíço Granit Xhaka, deve fazer a sua estreia, depois de um passado nas selecções jovens da Suíça.
Numa equipa enfraquecida pelas ausências importantes no meio-campo, por lesão, dos irmãos Migjen (Torino) e Vullnet Basha (Saragoça) e de Alban Meha (Paderborn), De Biasi deve ter alguma preocupação com o poder de fogo da sua equipa: Salihi (11) e Kapllani (6) são os únicos com mais de três golos pela selecção.