Ministro da Saúde diz que greve no Algarve só teve impacto no sector público
Paralisação de 24 horas congregou médicos, enfermeiros e profissionais da função pública. Sindicatos apontam adesão entre os 70 e os 100%
O que aconteceu no Algarve foram "as unidades públicas a serem objecto de uma greve, sendo que são aqueles que não têm outras alternativas que são prejudicados por estas greves, porque o sector privado e o sector social estiveram a funcionar sem qualquer impacto", afirmou o ministro.
"O direito à greve é inquestionável, o direito à manifestação é inquestionável, portanto tudo isso é perfeitamente normal", reforçou Paulo Macedo.
A adesão dos enfermeiros à greve desta sexta-feira nos serviços de saúde algarvios atingiu os 90 por cento no turno da manhã nos hospitais e superou os 70 por cento nos centros de saúde, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Em comunicado, o sindicato refere que houve também alguns casos de adesão a 100 por cento, como é o caso do Centro de Saúde de Alcoutim e do Serviços de Urgência Básica de Loulé e Lagos, enquanto no Centro de Saúde de São Brás de Alportel a adesão dos enfermeiros atingiu os 91%.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) frisa que "o compromisso dos profissionais com a defesa do SNS e a exigência de melhores condições de trabalho determinará a manutenção das exigências que estão na base desta greve".
A greve, que começou às 00h00 e tem a duração de 24 horas, é a primeira paralisação conjunta no Algarve que congrega enfermeiros, médicos e profissionais da função pública, nomeadamente pessoal administrativo e auxiliares de acção médica, segundo os representantes do SEP, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e do Sindicato da Função Pública do Sul.
Entre os motivos da greve, os enfermeiros destacam a falta de contratação de novos profissionais ou a realização de mais um turno consecutivo pelo mesmo profissional como situações que têm vindo a degradar as condições de trabalho.