A notícia de que os arquivos de Álvaro Siza Vieira podem sair de Portugal, talvez com destino ao Canadá, obriga a uma reflexão com vários pressupostos. O primeiro é que Siza, estando vivo e felizmente de saúde, tem todo o direito a dispor dos seus arquivos como lhe aprouver. O segundo é que, tendo tais arquivos a importância que lhes confere a obra do arquitecto, ela própria com dimensão internacional, instituições de outros países podem mostrar-se interessadas em acolhê-los, dando-lhes o devido valor. O terceiro é que, como sempre sucede em Portugal, é preciso que uma casa arda para que alguém tardiamente grite pelos bombeiros: a obra construída de Siza não tem sido tratada aqui da melhor forma, isto para falar com brandura, como prova o Pavilhão de Portugal no recinto da antiga Expo-98. Por último: alguém conseguirá agora, com satisfação para o arquitecto e para o país, que os seus arquivos por cá fiquem de forma condigna?
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