Falta de obras na escola do Parque das Nações obriga a transferir alunos

Em causa estão 75 crianças do 4º ano.

Foto
Ao todo não terão sido renovados contratos a 20 professores de Português no estrangeiro João Guilherme

Segundo o presidente da Associação de Pais da Escola do Parque das Nações, Alexandre Marvão, “cerca de 75 crianças, distribuídas por três turmas do 4º ano”, terão que se deslocar para outras escolas da cidade de Lisboa.

Na mesma freguesia do Parque das Nações, a escola básica Vasco da Gama vai abrir uma turma extra, destinada a receber alguns destes alunos, contudo a maioria das crianças terá que se deslocar para a freguesia vizinha dos Olivais, para a Escola Secundária Eça de Queirós, que, apesar de ter apenas ensino do 3ºciclo e secundário, irá abrir três turmas do 5.º ano a partir de Setembro.

A directora do Agrupamento de Escolas Eça de Queirós, Maria José Soares, disse à agência Lusa que, neste momento, a escola do Parque das Nações “não tem estruturas para 2.º e 3.º ciclos”, sendo “uma situação normal” as crianças serem transferidas para outras escolas para prosseguirem o ensino.

Os encarregados de educação, que tinham a expectativa de os filhos prosseguirem os estudos até ao 3.º ciclo na escola do Parque das Nações, tiveram conhecimento da decisão do Agrupamento de Escolas na terça-feira.

“Esta solução foi-nos apresentada sem termos, sequer, direito a dizer nada. Não fomos consultados para nada, é lamentável, para não dizer escandaloso”, disse Carla Mata, encarregada de educação.

Indignada, afirmou que o filho “vai para uma escola completamente desadequada em termos de faixa etária e não se sabe se vai ter professores adequados” para aquelas crianças.

Outra encarregada de educação, Elizabete Calado, manifestou-se “bastante descontente” com a situação.

As obras na escola do Parque das Nações estagnaram em Janeiro de 2011, após a conclusão da primeira fase do projecto, que permitiu receber crianças do pré-escolar e ensino primário.

Se a segunda fase do projecto tivesse já avançado, os alunos poderiam continuar a frequentar a mesma escola, uma vez que está prevista a construção de “salas de aula do 2.º e 3.º ciclos e zonas comuns, refeitório, biblioteca, anfiteatro e ginásio”, segundo a Associação de Pais.

Sobre esta situação, o presidente da Junta do Parque das Nações, José Moreno, disse que a autarquia é contra “a deslocação das crianças do seu bairro para outras zonas da cidade, onde haja vagas”.

“Somos defensores da escola de proximidade”, disse o autarca, acrescentando que, “se há terreno, se há projecto, há dinheiro e verba orçamentada, então só pode haver aqui falta de vontade política para construir”.